Grandes investidores explicam por que continuam otimistas sobre o setor de tecnologia e a inteligência artificial
Grandes investidores permanecem otimistas sobre o setor de tecnologia, apesar das preocupações com a bolha de IA e a volatilidade do mercado.
Investidores mantêm otimismo em meio à volatilidade do setor de tecnologia
Recentemente, o mercado de ações de tecnologia tem enfrentado volatilidade, especialmente com as preocupações em torno da concentração de ações das chamadas “Magnificent Seven” no S&P 500 e as avaliações excessivas relacionadas à inteligência artificial (IA). No entanto, apesar dessas flutuações, as ações permanecem próximas de seus máximos históricos. Warren Buffett e sua Berkshire Hathaway, por exemplo, revelaram recentemente uma participação na Alphabet, uma posição que, segundo eles, perderam a oportunidade de adquirir há alguns anos.
Durante o evento Delivering Alpha, realizado pela CNBC, os líderes de duas grandes firmas de investimento, General Atlantic e Coatue Management, compartilharam suas perspectivas sobre os desafios atuais. Philippe Laffont, fundador da Coatue, destacou a diferença fundamental entre a atual situação e a bolha da era das dotcom, referindo-se ao que chamou de “vantagem dos hiper-escaladores”. Isso se refere à capacidade de empresas como Alphabet, Microsoft e Amazon de investir em inovação em IA, com expectativas de que esses investimentos possam ultrapassar US$ 500 bilhões no próximo ano.
A visão otimista dos grandes investidores
Bill Ford, presidente e CEO da General Atlantic, também concordou que as quantias discutidas no mercado indicam uma confiança nas principais ações de tecnologia. Ele observou que as grandes empresas estão liderando a transformação na IA, o que lhes confere uma vantagem competitiva. Embora sua firma continue focada em oportunidades no mercado privado, Ford enfatizou a importância de entender o que as gigantes da tecnologia estão fazendo. “Você não pode tomar boas decisões sem estar plenamente ciente do que Oracle, Google e Microsoft estão realizando”, afirmou.
Ambos os investidores expressaram um otimismo notável em relação ao investimento em IA, com Ford indicando que sua firma já viu um retorno significativo em suas aplicações dessa tecnologia entre as 200 empresas em que investe. Ele acredita que esta é apenas a “ponta do iceberg” das oportunidades de valor que a IA pode oferecer, abrangendo áreas como atendimento ao cliente e marketing digital.
Diferenças entre a atual fase do mercado e a bolha de 2000
Laffont também reconheceu que, embora seja válido ter preocupações sobre a rápida valorização das ações de tecnologia, isso não é necessariamente indicativo de uma bolha. Em comparação com o que aconteceu durante a bolha das dotcom, ele argumentou que, atualmente, as principais empresas de tecnologia estão projetando um fluxo de caixa livre significativo, próximo a US$ 1 trilhão anualmente, e operando com pouca ou nenhuma dívida significativa. Isso contrasta com a maioria das outras empresas do mercado, que, mesmo gerando fluxo de caixa, estão sobrecarregadas de dívidas.
Ele também observou que a história dos preços das ações de empresas como a Oracle serve de exemplo sobre a volatilidade que pode surgir, sem que isso signifique uma preocupação imediata. O caso da Alphabet, que viu um aumento significativo nas suas ações após a percepção de que havia perdido a corrida da IA, ilustra como rapidamente a narrativa pode mudar no setor.
O futuro da inteligência artificial e as oportunidades de investimento
Os investidores presentes no evento Delivering Alpha também discutiram a importância de buscar oportunidades no futuro da IA. Mary Callahan Erdoes, CEO da JPMorgan Asset e Wealth Management, reiterou que os investidores devem se concentrar nas oportunidades que a tecnologia oferece, ao invés de se preocupar com a possibilidade de uma bolha. Ford acrescentou que as grandes empresas estão investindo em um “circular economy” da IA, o que, segundo ele, é um sinal positivo de que acreditam que há grandes oportunidades à frente. Ele ressaltou que, mesmo que os custos de computação diminuam, não se espera que o mercado colapse como poderia ocorrer em um cenário de comoditização clássica.
Em resumo, apesar das preocupações com a valorização excessiva e a concentração de ações, os líderes de investimento continuam a ver o setor de tecnologia e a IA como áreas promissoras para o futuro, com potenciais significativos que vão além das flutuações de curto prazo.