A procuradora-geral Pam Bondi, a pedido de Trump, inicia apuração sobre conexões de Epstein com figuras políticas
Pam Bondi, sob pressão de Trump, ordena investigação sobre Jeffrey Epstein e seus vínculos com políticos.
A procuradora-geral Pam Bondi, sob pressão do presidente Donald Trump, anunciou na última sexta-feira que ordenou uma investigação sobre as ligações do sex offender Jeffrey Epstein com seus opositores políticos, incluindo o ex-presidente Bill Clinton. Bondi designou o procurador dos EUA em Manhattan, Jay Clayton, para liderar a apuração, em meio a uma semana marcada pela divulgação de milhares de documentos relacionados a Epstein.
Trump, que por anos foi amigo de Epstein, não detalhou quais crimes gostaria que o Departamento de Justiça investigasse. Até o momento, nenhum dos homens mencionados por ele nas redes sociais foi acusado de má conduta sexual por vítimas conhecidas de Epstein.
Pressão política e a resposta do governo
Na mesma manhã, Trump postou em sua plataforma Truth Social solicitando à procuradora-geral, ao Departamento de Justiça e ao FBI que investigassem a “relação e envolvimento” de Epstein com figuras como Clinton, o ex-secretário do Tesouro Larry Summers e o fundador do LinkedIn, Reid Hoffman. Trump caracterizou a situação como “o Hoax Epstein, envolvendo os democratas, não os republicanos”. Essa ação é vista como uma tentativa de desviar a atenção de investigações anteriores que envolvem sua administração.
Em um memorando sobre a investigação de Epstein, o FBI concluiu que não havia evidências suficientes para justificar investigações contra terceiros não acusados. A pressão para abrir esta nova investigação representa uma erosão da independência tradicional do Departamento de Justiça desde que Trump assumiu a presidência.
Reações e implicações da investigação
A porta-voz da JPMorgan Chase, Patricia Wexler, destacou que, embora a empresa tenha se associado a Epstein, não ajudou a cometer seus crimes. A empresa já pagou milhões às vítimas que processaram, alegando que ignoraram sinais de atividade criminal. Clinton, por sua vez, confirmou que voou no jato particular de Epstein, mas sempre negou ter conhecimento das atividades ilícitas de Epstein.
As conexões entre Epstein e figuras políticas continuam a gerar discussões intensas, com muitos defensores de Trump argumentando que as investigações são uma forma de perseguição política.
O legado de Epstein e suas repercussões
Jeffrey Epstein, que se declarou culpado em 2008 em um caso de solicitação de prostituição de uma menor, acabou cometendo suicídio enquanto aguardava julgamento por acusações de tráfico sexual em 2019. Sua morte não encerrou as polêmicas, que agora se intensificam com as novas investigações.
A pressão para que o governo libere todos os documentos relacionados a Epstein aumentou, com os democratas no Congresso exigindo transparência. O cenário político continua a se agitar, à medida que a investigação avança sob a supervisão de Clayton, que já ocupou cargos importantes no governo.
Com o desenrolar dessa situação, o país observa atentamente as implicações que essa investigação poderá ter nas próximas eleições e na imagem de figuras políticas envolvidas.
Fonte: www.npr.org
Fonte: AP hide caption toggle caption