Grupo de investimentos UC suspende acordo em meio a pressões públicas das universidades

UC Investments suspendeu acordo de $2,4 bilhões com o Big Ten após oposição de Michigan e USC.

O grupo de investimentos UC Investments, responsável pela gestão de mais de $200 bilhões em ativos, decidiu adiar um investimento de $2,4 bilhões no Big Ten, que visava adquirir 10% dos direitos de mídia e patrocínio da conferência. A suspensão ocorreu em resposta à forte oposição pública das universidades Michigan e USC, que levantaram sérias preocupações sobre os termos do acordo.

Na última segunda-feira, UC Investments divulgou uma nota informando que precisaria de mais tempo para realizar sua devida diligência, citando “desenvolvimentos recentes” que impactaram a proposta. Sob o acordo planejado, UC Investments teria uma participação de 10% em uma nova empresa holding, a Big Ten Enterprises, que exigiria que as universidades estendessem seu atual Grant of Rights até 2046.

Jagdeep Singh Bachher, CIO da UC Investments, afirmou que a unidade das 18 universidades do Big Ten é crucial para o sucesso da Big Ten Enterprises. No entanto, fontes internas revelaram que a conferência ainda não havia agendado uma votação formal entre os presidentes e chanceleres das universidades sobre a aceitação do acordo. Há esperanças de que uma decisão seja tomada antes do Dia de Ação de Graças.

Apesar da resistência de Michigan e USC, a conferência considerou seguir em frente com o acordo, permitindo que essas universidades optassem por entrar no investimento em um prazo de dois anos, com uma taxa de retorno menor, dependendo do momento em que decidissem se juntar. A Big Ten não comentou sobre a carta da UC Investments.

A pressão pública crescente, especialmente de Michigan, levou a UC Investments a pausar as discussões por vários meses. Mark Bernstein, presidente do Conselho de Regentes de Michigan, comparou a proposta a um “empréstimo de agiota”, enquanto o membro do conselho, Jordan Acker, sugeriu que Michigan poderia considerar a independência após o término do Grant of Rights em 2036, ao invés de assinar uma extensão.

O investimento não implicaria em um ônus financeiro para a Big Ten, pois seria acompanhado de pagamentos iniciais para cada uma das 18 universidades, que somariam cerca de $130 milhões. Em uma carta aberta aos fãs da USC, a diretora atlética Jen Cohen afirmou que a universidade ainda estava avaliando a proposta, ressaltando o valor da marca USC e seu compromisso em defender os melhores interesses da instituição.

Além disso, o acordo chamou a atenção dos legisladores em Washington. A senadora Maria Cantwell (D-Wash.) enviou uma carta ao Comitê Conjunto de Tributação do Senado e da Câmara, pedindo esclarecimentos sobre o status fiscal de algumas das atividades financeiras no esporte universitário. Cantwell destacou que o cenário legal e financeiro dos esportes universitários mudou significativamente ao longo dos anos, transformando-se em uma indústria multibilionária que desperta o interesse de investidores de private equity e capital de risco.

A busca por novas fontes de receita levou a Big Ten a explorar oportunidades de private equity. Após conversas com grandes firmas de investimento, como RedBird Capital e Blackstone, a UC Investments emergiu como um investidor não tradicional, iniciando negociações exclusivas com a conferência. Bachher confirmou que a UC Investments continuaria a trabalhar em estreita colaboração com a Big Ten nos próximos meses, permitindo que todos os membros avaliassem os benefícios do potencial investimento em Big Ten Enterprises.