Investimentos em água e saneamento no foco das discussões climáticas

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A importância de priorizar setores essenciais para a resiliência ambiental

A água e o saneamento são cruciais em investimentos climáticos, mas recebem apenas uma fração do financiamento disponível.

Em 29 de outubro de 2025, foi ressaltado que a alocação de recursos para água e saneamento deve ser uma prioridade nas agendas climáticas. Trilhões de dólares são direcionados anualmente para ações climáticas, mas apenas uma pequena fração é destinada a esses setores. Um estudo da WaterAid revelou que, em 2020, água e saneamento representaram apenas 3% do financiamento climático global. Essa subrepresentação é preocupante, pois sistemas de água resilientes são essenciais para enfrentar secas e ondas de calor, enquanto o saneamento seguro previne a contaminação das fontes hídricas.

Desafios financeiros e sanitários

Para cumprir as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o Banco Mundial aponta um déficit anual de financiamento que varia entre US$ 131,4 bilhões e US$ 140,8 bilhões. Esse valor é inferior ao que o mundo gasta anualmente com água engarrafada. Ignorar a água e o saneamento resulta em doenças evitáveis e perda de oportunidades econômicas, impactando diretamente as comunidades vulneráveis. Hoje, uma em cada quatro pessoas carece de acesso a água potável, e quase metade da população mundial não tem saneamento adequado. O investimento estratégico e a transparência na aplicação dos recursos são fundamentais para mitigar esses problemas.

Consequências da negligência

Os sistemas de água e saneamento já enfrentam pressão devido à crise climática. Desastres provocados por chuvas intensas danificam infraestruturas fragilizadas, sobrecarregam os serviços de saúde e paralisam comunidades inteiras. Para mudar esse cenário, mais de 90% do financiamento atual para água e saneamento provém do setor público. A gestão eficiente dos recursos é crucial; orçamentos transparentes e a participação da sociedade civil são essenciais para garantir que os investimentos atendam às necessidades reais das comunidades.

Caminhos para a solução

A Reunião de Ministros do Setor de 2025 em Madri, seguida pela COP30 no Brasil, é uma oportunidade para reverter esse quadro. Garantir que água e saneamento sejam integrados aos orçamentos nacionais e locais, além de envolver os cidadãos nas decisões orçamentárias, pode assegurar que o financiamento climático chegue onde é mais necessário. A participação ativa da sociedade civil e dos órgãos de controle é crucial para a transparência e para o cumprimento das promessas de investimento, visando um futuro mais sustentável e digno para todos.

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