Como a Sierra Club Foundation está inovando em investimentos de impacto e engajamento acionário

A Sierra Club Foundation está adotando uma estratégia inovadora de investimentos para promover a mudança climática.

A Sierra Club Foundation e seu papel no investimento climático

A Sierra Club Foundation, uma instituição com um patrimônio de $200 milhões, está cada vez mais se destacando no campo dos investimentos de impacto, especialmente no que diz respeito à mudança climática. Com uma abordagem que busca o engajamento acionário em vez do desinvestimento convencional, a fundação interrompeu a parceria com gestores de ativos que não alinham suas estratégias às suas prioridades socioambientais.

Em vez de simplesmente retirar seus investimentos de empresas de combustíveis fósseis, a Sierra Club Foundation está desenvolvendo uma estratégia de investimento que se concentra na inclusão de empresas que estejam em transição para práticas mais sustentáveis, ao mesmo tempo que busca aumentar o custo de capital para aqueles que continuam a expandir suas operações de petróleo e gás. Sara Murphy, a nova diretora de investimentos da instituição, enfatiza a importância de tornar esses ativos menos competitivos em comparação às energias renováveis.

Inovações em índices de investimentos

A fundação planeja ser uma das investidoras iniciais no novo índice de renda fixa Bloomberg-Cambridge University, que será lançado em breve. Este índice inovador é projetado para incluir empresas de combustíveis fósseis que estejam comprometidas em reduzir suas operações conforme os objetivos do Acordo de Paris. A expectativa é que essa mudança de foco não apenas ajude na mitigação das mudanças climáticas, mas também gere retornos financeiros sustentáveis para a fundação e seus investidores.

Estratégia de engajamento acionário

Recentemente, a Sierra Club Foundation tomou a decisão de substituir a unidade Aperio da BlackRock como seu gerente de ativos, devido à falta de resposta desta entidade às questões climáticas em suas decisões de investimento. A fundação argumenta que a falta de ações efetivas em propostas de acionistas relacionadas a questões ambientais e sociais foi um fator decisivo para essa ruptura. Essa mudança ilustra um movimento crescente entre investidores que exigem maior responsabilidade de suas gestoras de ativos em relação às práticas de sustentabilidade.

A voz dos acionistas e a votação de procurações

Para amplificar sua influência, a Sierra Club Foundation está colaborando com outras organizações para criar uma plataforma que permitirá anunciar antecipadamente suas intenções de voto em resoluções relevantes. Essa iniciativa visa criar um movimento coletivo entre os acionistas que priorizam a sustentabilidade. Murphy aponta que essa estratégia não só ajudará a unir as vozes dos acionistas, mas também servirá como um chamado à ação para outros investidores que desejam pressionar as empresas a adotarem práticas mais verdes.

O futuro dos investimentos sustentáveis

A abordagem da Sierra Club Foundation representa uma virada significativa na forma como as instituições podem considerar seus portfólios de investimento como ferramentas de mudança. Com uma visão de “ativação total do portfólio”, a fundação busca influenciar positivamente o sistema financeiro ao tratar todos os aspectos de seu portfólio como um meio de promover a vitalidade sistêmica. Essa estratégia inovadora pode inspirar outras instituições a reverem suas políticas de investimento em meio aos crescentes desafios climáticos.

Conclusão

A Sierra Club Foundation está liderando o caminho em direção a um modelo de investimento que não apenas busca retornos financeiros, mas também promove o engajamento ativo em questões climáticas. Com sua nova abordagem, a fundação se posiciona como um exemplo de como as instituições podem desempenhar um papel crucial na luta contra a crise climática, ao mesmo tempo em que garantem que suas estratégias de investimento sejam éticas e sustentáveis.