Empresas buscam novas formas de listagem em meio a um cenário desafiador
Com um cenário de escassez de IPOs, empresas recorrem ao IPO reverso como alternativa para entrar na Bolsa, unindo-se a companhias já listadas.
Em meio a uma seca de quatro anos de ofertas públicas iniciais de ações (IPOs), empresas têm recorrido a um instrumento alternativo para entrarem na Bolsa, o chamado “IPO reverso”. Essa estratégia consiste na compra de uma companhia já listada por uma não listada, que passa a ter suas ações negociadas no pregão. Segundo Gustavo Rugani, sócio do escritório de advocacia Machado Meyer, a operação pode ser realizada também via fusão, permitindo que a empresa não precise seguir o caminho tradicional.
O que é o IPO reverso?
O IPO reverso não é uma novidade, mas sua utilização para listar empresas de setores distintos é um fenômeno mais recente, conforme explica Rugani. Um exemplo recente é a OranjeBTC, que entrou na Bolsa ao adquirir o cursinho pré-vestibular Intergraus, anteriormente listado pela Bioma Educação. Essa operação, que está garantida até o fim de 2025, exemplifica a tendência de unir negócios sem relação direta.
A evolução das transações
Outro caso relevante é a aquisição da Atom Empreendimentos pela Fictor, que possibilitou a entrada da Fictor Alimentos na B3, focando no setor de proteína animal. Essa transação, como afirmam especialistas, não tem limitações, apenas a necessidade de aprovação pelos acionistas e cumprimento das exigências regulatórias. Maiara Madureira, sócia da Demarest Advogados, menciona que as operações podem ocorrer em comum acordo ou até mesmo por aquisições hostis.
Desafios e oportunidades no mercado
Além de facilitar a listagem, o IPO reverso permite às empresas acesso a instrumentos financeiros não disponíveis para aquelas que permanecem fechadas. A conclusão de operações desse tipo, como a esperada entre a BRZ e a Fica Empreendimentos, deve ocorrer nos próximos meses, representando uma nova estratégia para impulsionar o crescimento no mercado financeiro.