O Irã expressou preocupação com a crescente influência dos Estados Unidos no Sul do Cáucaso, após o recente acordo de paz mediado por Washington entre Armênia e Azerbaijão. Teerã declarou estar monitorando de perto os desdobramentos e alertou sobre os riscos de instabilidade regional causados pela presença militar estrangeira. A declaração, feita pelo porta-voz da chancelaria iraniana, Esmaeil Baqaei, representa um recado direto aos EUA, que buscam ampliar sua influência na região.
A disputa entre Armênia e Azerbaijão tem raízes históricas profundas, centradas na região de Nagorno-Karabakh, de maioria étnica armênia, mas localizada dentro do território azerbaijano. Conflitos armados marcaram a região desde o fim da década de 1980, com momentos de cessar-fogo e retomada da violência. Em setembro de 2023, uma ofensiva azerbaijana resultou no êxodo de mais de 100 mil armênios étnicos de Nagorno-Karabakh, buscando refúgio na Armênia.
O acordo de paz, firmado em 8 de agosto com a mediação dos EUA, concedeu ao Azerbaijão o direito de administrar um corredor ligando o país ao exclave de Naquichevão, cortando o território armênio. Conhecido como “Rota Trump para a Paz e Prosperidade Internacional” (TRIPP), o corredor é visto com desconfiança pelo Irã. Segundo Baqaei, Teerã considera a presença militar estrangeira na região como “prejudicial” e um fator de potencial instabilidade.
O temor iraniano reside na possibilidade de que a TRIPP sirva como pretexto para uma presença militar estadunidense mais permanente em sua fronteira norte. “O Irã enxerga a presença militar estrangeira na região como prejudicial”, afirmou Baqaei, sublinhando a preocupação de Teerã com a crescente influência dos EUA em sua vizinhança. A situação geopolítica no Cáucaso permanece tensa, com o Irã buscando equilibrar a busca pela estabilidade regional e a contenção da influência americana.