Negociadores se preparam para reunião no Egito em busca de um acordo de cessar-fogo
Israel continua operações em Gaza, mesmo após o Hamas aceitar parte do plano de Trump e com apelos dos EUA por pausa nos bombardeios.
Em Gaza, neste sábado (4), Israel manteve suas operações militares, mesmo após o Hamas ter sinalizado aceitação parcial do plano de Donald Trump para um cessar-fogo, e apesar dos apelos dos Estados Unidos para uma pausa nos bombardeios. As Forças Armadas israelenses reforçaram que a cidade ainda representa uma “zona de guerra perigosa”, advertindo os palestinos deslocados a não retornarem.
Ainda que com menor intensidade, os bombardeios israelenses prosseguiram. Segundo autoridades locais controladas pelo Hamas, seis pessoas perderam a vida em decorrência da ofensiva, incluindo quatro em um ataque a uma residência na capital palestina e duas em Khan Younis, no sul.
Donald Trump, por sua vez, intensificou a pressão sobre o Hamas, expressando, em uma publicação na rede Truth Social, sua intolerância com qualquer demora na resposta. O republicano enfatizou a necessidade de uma ação rápida por parte do grupo, sob pena de sérias repercussões.
Enquanto isso, Steve Witkoff, enviado dos Estados Unidos para o Oriente Médio, e Jared Kushner, genro de Trump, seguem para o Egito neste sábado para negociações sobre os termos do acordo. Israel também se prepara para enviar negociadores, com as conversas agendadas para a cidade turística de Sharm el-Sheikh, no Mar Vermelho.
O Hamas concordou em ceder o poder na Faixa de Gaza a um governo tecnocrático, uma exigência de Trump. Um membro da liderança do Hamas, em declarações à Al Jazeera, ressaltou que a libertação dos reféns pode levar dias e que não seria possível aceitar a proposta de Trump sem mais negociações.
Volker Türk, Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, classificou o momento como uma “oportunidade crítica” para cessar “a matança e o sofrimento em Gaza”. O Itamaraty, em nota, reiterou seu acompanhamento atento às discussões e sua defesa da “restauração da unidade político-geográfica da Palestina” e “a retirada das forças israelenses do território”.