Um javali de proporções impressionantes, pesando cerca de 250 kg e medindo mais de 1,60 metro de comprimento, foi abatido por caçadores em Paracatu, Minas Gerais. A ação ocorreu em uma área de lavoura próxima a uma fazenda, marcando mais um episódio no controle da espécie invasora na região. A caçada noturna demandou o uso de veículos e lanternas para a localização do animal.
Segundo Cristiano Mendonça, treinador que acompanha o grupo responsável pelo abate, uma espingarda foi utilizada para imobilizar o javali. O grupo, registrado como Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores (CACs), já havia abatido outros dois javalis de grande porte nos últimos quatro meses. Essa atividade de controle é crucial para mitigar os impactos negativos da espécie no ecossistema local.
A caça de javalis no Brasil é regulamentada pelo IBAMA, que autoriza a prática como forma de controle populacional, visando a proteção da biodiversidade. “O objetivo do controle técnico é conter a multiplicação do animal”, explica o órgão. Atualmente, a presença desses animais é registrada em 15 estados brasileiros, incluindo Minas Gerais e Goiás.
Para realizar o controle de javalis, o IBAMA exige inscrição no Cadastro Técnico Federal e a emissão do Certificado de Regularidade. A autorização de manejo também é imprescindível, e no caso do uso de armas de fogo, estas devem estar devidamente registradas no Exército. Essa regulamentação busca garantir que a caça seja realizada de forma responsável e dentro dos parâmetros legais.
Os javalis, originários da Europa, África e Ásia, foram introduzidos no Brasil há mais de um século e, devido à sua alta capacidade de reprodução e à ausência de predadores naturais, se tornaram uma praga. A espécie é classificada como uma das 100 piores espécies exóticas invasoras pela União Internacional de Conservação e Natureza (UICN), representando uma ameaça à biodiversidade e causando prejuízos significativos à agricultura.