João Carlos Camargo Júnior é vinculado a esquema de lavagem de dinheiro na CPMI do INSS

Edilson Rodrigues/Agência Senado

Empresário é acusado de ser o elo principal em fraudes que desviaram recursos de aposentados

João Carlos Camargo Júnior é acusado na CPMI do INSS de ser o elo principal em esquema de lavagem de dinheiro.

João Carlos Camargo Júnior é apontado como elo principal em esquema de lavagem de dinheiro

Na CPMI do INSS, realizada em 18 de novembro de 2025, o empresário João Carlos Camargo Júnior, conhecido como “alfaiate dos famosos”, foi chamado a depor e é acusado de ser o elo principal em um esquema de lavagem de dinheiro. O relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), apresentou evidências que ligam Camargo a fraudes que desviaram recursos destinados a aposentados e pensionistas.

Camargo compareceu à audiência com um habeas corpus e optou por permanecer em silêncio durante a maior parte do depoimento. O relator alegou que sua empresa, a MKT Connection Group, fundada em 2022, recebeu mais de R$ 31 milhões da Associação Amar Brasil, uma entidade sob investigação por fraudes no INSS. Alfredo Gaspar qualificou Camargo como o “elo principal” de uma organização criminosa que operava por meio de associações de fachada.

Conexões e movimentações financeiras suspeitas

Durante a audiência, o relator destacou que a Camargo Alfaiataria, ligada a João Camargo, também recebeu R$ 1,7 milhão da mesma associação, sem que houvesse comprovação dos serviços prestados. Gaspar afirmou que Camargo se vinculou a outras figuras centrais na investigação, como Américo Monte Júnior e Anderson Cordeiro de Vasconcelos, que teriam operado em um esquema bilionário de fraudes em benefícios previdenciários. A CPMI está considerando solicitar a prisão do empresário.

Gaspar expressou sua indignação ao afirmar que a alfaiataria de Camargo utilizou contas para movimentar dinheiro proveniente de crimes, lamentando que um profissional de sucesso tenha se envolvido em atividades ilícitas. Ele criticou a habilidade do empresário, que poderia ter sido utilizada de forma positiva, mas que foi desvirtuada para criar tramas criminosas.

Relatório do Coaf e direitos do depoente

O nome de João Camargo emergiu nas investigações a partir de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que identificou transferências significativas de recursos da Associação Amar Brasil para sua empresa. Além disso, Camargo é ex-sócio da Kairos Representações Ltda., que teve outros sócios também investigados pela Polícia Federal.

Embora tenha o direito ao silêncio garantido por um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal, Camargo foi instado a responder perguntas que não o incriminassem. A defesa do empresário questionou a necessidade de responder, alegando que o caso está em investigação. No entanto, Camargo confirmou ser proprietário da MKT Connection Group e que seus serviços foram devidamente registrados e tributados.

Contabilidade e envolvimentos na investigação

João Camargo afirmou ter duas empresas, mas o relator contestou essa informação, citando 14 CNPJ associados ao empresário. Gaspar destacou a presença do contador Mauro Palumbo Concílio, que presta serviços a várias companhias ligadas a Camargo e outros sócios da Kairos, como elemento central na organização criminosa.

O relator reforçou a gravidade da situação, afirmando que o grupo em questão desviou mais de R$ 700 milhões de aposentados e pensionistas. Segundo Gaspar, Camargo está profundamente ligado a diversos indivíduos que compõem essa rede de fraudes.

Conclusão e desdobramentos

A CPMI do INSS continua a investigar as práticas de lavagem de dinheiro associadas a João Carlos Camargo Júnior e suas empresas. As revelações sobre a movimentação de grandes quantias de dinheiro e as conexões com outras figuras investigadas levantam sérias questões sobre a integridade das operações no setor e a proteção dos direitos dos beneficiários do INSS.

As próximas etapas da investigação incluirão a análise detalhada das movimentações financeiras e a convocação de testemunhas adicionais, à medida que a CPMI busca desmantelar as organizações criminosas que afetam os aposentados e pensionistas do Brasil.

Fonte: www.camara.leg.br

Fonte: Edilson Rodrigues/Agência Senado

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