Senador aponta que o evento ignora a realidade brasileira e sacrifica o agronegócio
Senador Jorge Seif critica a COP 30 e a submissão do governo a agendas externas, afirmando que o Brasil preserva o meio ambiente sem compensação.
Jorge Seif critica a COP 30 e a agenda ambiental imposta
Em pronunciamento no Plenário na terça-feira (11), o senador Jorge Seif (PL-SC) criticou a condução da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), que acontece em Belém do Pará. O parlamentar destacou que o evento se transformou em um palco de discursos que não refletem a realidade brasileira e indicou que o país “se ajoelha a uma agenda ideológica imposta por potências estrangeiras”.
Seif declarou que a verdadeira questão em discussão na COP 30 não é o clima, mas sim o poder. “Querem controlar nossa terra, nossa produção e, principalmente, nossa soberania”, afirmou. O senador enfatizou que o produtor rural brasileiro preserva o meio ambiente com recursos próprios, enquanto em outros países, como a França, o governo oferece subsídios para que os agricultores deixem parte de suas terras intocadas. No Brasil, os produtores são obrigados por lei a preservar entre 20% e 80% de suas propriedades, dependendo do bioma, sem receber compensação.
Críticas às declarações internacionais
O senador também criticou declarações do presidente francês, Emmanuel Macron, que associou a produção de soja no Brasil ao desmatamento da Amazônia. Segundo Seif, essa informação é falsa, pois a soja ocupa menos de 1% da Amazônia Legal. Ele argumentou que a postura do governo federal é de submissão diante das pressões estrangeiras, adotando metas ambientais que, na visão dele, comprometem o agronegócio e a economia brasileira.
Seif mencionou o Plano Clima apresentado pelo Brasil à Organização das Nações Unidas (ONU), que prevê uma redução de 50% nas emissões do agronegócio até 2035. Ele ressaltou a disparidade entre as metas de diferentes países: enquanto o Brasil pretende cortar 67% de suas emissões, a China, que abriga um terço da população mundial, só se comprometeu a uma redução de 10%.
Um apelo à soberania nacional
“Isso não é política ambiental; é autossabotagem nacional, é subserviência travestida de virtude. O Brasil, que preserva 66% de seu território e alimenta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo, não pode ser tratado como vilão”, concluiu Seif. Ele fez um apelo para que o país não se desculpe por ser considerado um dos mais verdes do planeta, ressaltando a importância do agronegócio para a economia e para a preservação ambiental.
A discussão levantada pelo senador Jorge Seif evidencia a tensão entre as exigências internacionais em relação ao meio ambiente e a realidade do setor produtivo brasileiro, que se sente pressionado por regras que, segundo eles, não refletem suas práticas sustentáveis.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)