José Antonio Kast se destaca como favorito nas eleições chilenas

Candidato da extrema direita enfrenta Jeannette Jara no segundo turno marcado para 14 de dezembro

José Antonio Kast é o favorito para o segundo turno das eleições chilenas, enfrentando Jeannette Jara do Partido Comunista.

No próximo mês, as eleições chilenas prometem um embate entre visões opostas, com o candidato da extrema direita, José Antonio Kast, se posicionando como o favorito para o segundo turno. Ele enfrenta Jeannette Jara, do Partido Comunista, que, após o primeiro turno realizado no último domingo (16), obteve 27% dos votos, enquanto Kast ficou ligeiramente atrás com 24%. Essa diferença estreita destaca as profundas divisões políticas no país.

Uma possível vitória de Kast poderá trazer à tona um governo mais à direita do que qualquer outro desde a era de Pinochet, refletindo uma guinada política na América Latina, onde a segurança e a imigração têm se tornado temas centrais para os eleitores. O segundo turno está marcado para o dia 14 de dezembro, quando os dois candidatos apresentarão suas propostas em um clima de intensa polarização ideológica.

Propostas e apoio

Na sua campanha, Kast tem enfatizado a necessidade de combater o crime organizado e controlar a imigração indesejada, prometendo medidas drásticas como a construção de um muro na fronteira e a mobilização militar em áreas de alta criminalidade. Em sua declaração, ele afirmou que “a mudança virá”, apontando para um desejo de mudança entre muitos eleitores que se sentem inseguros e insatisfeitos com o governo atual.

Por outro lado, Jeannette Jara, que fez história ao ser a primeira candidata do Partido Comunista a chegar ao segundo turno, tem se concentrado em propostas que incluem o aumento do salário mínimo e a ampliação do financiamento para saúde e bem-estar social. Apesar de suas propostas progressistas, Jara enfrenta desafios significativos, incluindo a persistente taxa de desemprego de 8,5%.

Reações e implicações políticas

A ascensão de Kast e a possibilidade de um governo de extrema direita sinalizam uma mudança no panorama político do Chile e podem ter repercussões importantes nas relações do país com os Estados Unidos. Especialistas acreditam que uma vitória de Kast poderia estreitar laços com a administração Trump, que busca consolidar alianças com governos de direita na América Latina.

Franco Parisi, do Partido da Gente, também se destacou no primeiro turno, surpreendendo ao obter uma boa votação, especialmente entre os trabalhadores do norte do Chile que desconfiam das elites. Embora tenha ficado em terceiro lugar, seu apoio pode influenciar os resultados do segundo turno, com muitos de seus seguidores considerando apoiar Kast devido a preocupações relacionadas à segurança e ao emprego.

O cenário eleitoral

Os números revelam uma tendência clara: os candidatos de direita somaram mais de 70% dos votos no primeiro turno, o que coloca Kast em uma posição forte para o segundo turno. O apoio contínuo de figuras políticas importantes, como os congressistas libertários Johannes Kaiser e Evelyn Matthei, também pode consolidar sua base de apoio.

Em uma análise das mudanças políticas no Chile, a especialista Claudia Heiss observou que “se você somar os votos de Kast, Matthei e Kaiser, é difícil para Jara realmente virar o jogo no segundo turno”. Isso reflete um desejo crescente entre os eleitores de priorizar a segurança em detrimento das reformas progressistas que marcaram a eleição passada.

Considerações finais

A polarização política que se intensificou no Chile pode ter repercussões significativas para o futuro do país. A eleição de Kast poderia sinalizar não apenas uma mudança nas políticas internas, mas também um realinhamento nas relações internacionais do Chile, especialmente com os Estados Unidos e a China. O próximo mês será crucial para definir a direção política do país e suas prioridades em um cenário global em constante mudança.

Fonte: www.moneytimes.com.br

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