Família de Gerson de Melo Machado destaca ausência de apoio psicológico contínuo
Morte de Gerson de Melo Machado no Parque Bica levanta questões sobre saúde mental e responsabilidades institucionais.
Morte de Gerson reabre discussões sobre saúde mental
A morte de Gerson de Melo Machado (19), após entrar na área de uma leoa no Parque Arruda Câmara, a Bica, em João Pessoa, reacendeu debates sobre saúde mental e responsabilidade institucional no acompanhamento de pessoas com transtornos psiquiátricos. Gerson, diagnosticado com esquizofrenia, era descrito pela família como alguém pacífico, com um histórico de medo constante de agressões.
Comportamento e desafios enfrentados
Segundo a prima Ícara Menezes, em entrevista à TV Cabo Branco, Gerson manifestava o temor de ser agredido na rua, considerando desconhecidos como potenciais ameaças. “Ele tinha mentalidade de 4 anos”, afirmou Ícara, destacando sua dificuldade em manter vínculos sociais. O jovem não era considerado uma pessoa violenta, mas alguém que precisava de proteção devido ao seu transtorno.
Histórico familiar e questões de saúde
A família de Gerson possui antecedentes de doenças psiquiátricas. Embora houvesse tentativas de aproximação, ele alternava períodos de maior e menor contato com os parentes. Ícara relata que, em várias ocasiões, Gerson se sentia mais seguro em privação de liberdade, levando-o a ser detido em várias oportunidades. Segundo ela, essa prisão era vista por Gerson como uma forma de proteção contra o mundo exterior. “Ele sempre tinha medo das pessoas darem nele”, declarou sua prima.
Falta de apoio psicológico
Apesar de ter acumulado dezesseis passagens pela polícia, a família insiste que Gerson nunca esteve envolvido em delitos mais graves, como tráfico. A prima enfatizou que ele não recebeu acompanhamento psicológico contínuo. Ela pediu que o poder público assumisse a responsabilidade pelo tratamento de Gerson, que, segundo ela, deveria ter recebido atenção especial devido ao histórico familiar. “Como família, a gente fez o que pode”, resumiu.
O sonho de conhecer a África
Gerson tinha uma forte conexão com os animais e sonhava em visitar a África. A leoa do parque representava uma parte desse sonho. A conselheira tutelar Verônica Oliveira, que acompanhou Gerson por anos, relatou que ele já havia tentado acessar áreas restritas em busca de animais selvagens. Essa busca por conexão com a fauna pode ter contribuído para sua trágica decisão de escalar a cerca do recinto da leoa.
Investigação e desdobramentos
Após o ataque, o Ministério Público da Paraíba iniciou investigações para apurar a conduta da Prefeitura de João Pessoa e da administração do parque. A gestão municipal afirmou ter iniciado apurações internas e expressou solidariedade à família. Imagens mostraram Gerson escalando a estrutura lateral e ultrapassando a barreira de segurança. Ele foi atacado pela leoa, Leona, que está sob cuidados da equipe técnica devido ao estresse pós-incidente.
Conclusão e reflexões
Os acontecimentos em torno da morte de Gerson de Melo Machado não apenas destacam a necessidade de um melhor acompanhamento para pessoas com transtornos psiquiátricos, mas também levantam questões sobre as responsabilidades institucionais em garantir a segurança e o bem-estar dos indivíduos vulneráveis. O caso continua sendo analisado pelas autoridades competentes, enquanto a comunidade busca entender e prevenir futuras tragédias.
Fonte: baccinoticias.com.br
Fonte: TV Cabo Branco