Construtora busca captar recursos para dividendos extraordinários, levantando alertas sobre diluição
JPMorgan avalia nova emissão de ações da Cury, que visa levantar R$ 600 milhões para dividendos.
Análise do JPMorgan sobre a nova emissão da Cury (CURY3)
O JPMorgan emitiu um relatório avaliando a nova emissão primária de ações da Cury (CURY3), que busca levantar aproximadamente R$ 600 milhões. A quantia será destinada ao pagamento de cerca de R$ 573 milhões em dividendos extraordinários até o final de 2025, mas ainda depende da aprovação do conselho da companhia. Esta iniciativa ocorre em um cenário de mudança nas regras de tributação que podem impactar os dividendos pagos aos acionistas.
Impacto da nova emissão de ações
Segundo o banco, embora a nova oferta possa reduzir a carga tributária sobre dividendos, ela traz riscos, como a diluição de cerca de 6% para os acionistas atuais. Essa perspectiva de diluição foi um fator considerado na classificação como neutra e ligeiramente negativa que o JPMorgan atribuiu ao anúncio. Entretanto, o mercado reagiu positivamente, e as ações da Cury avançaram aproximadamente 4,18% no último dia 4.
Novas regras de tributação sobre dividendos
Recentemente, diversas empresas brasileiras, incluindo a Cury, apressaram-se em anunciar proventos em resposta à aprovação de um projeto de lei que estabelece a cobrança de 10% sobre dividendos a partir de 2026. Essa mudança representa o fim da isenção total que vigora desde 1996 e afetará valores superiores a R$ 50 mil mensais. O JP Morgan estima que a distribuição extraordinária da Cury deve resultar em um dividend yield próximo de 5% para os investidores.
Situação financeira da Cury
De acordo com os dados do JPMorgan, a Cury contava com R$ 736 milhões em reservas de lucros no final do terceiro trimestre de 2025. No entanto, conforme os dividendos forem pagos, esse saldo poderá cair para cerca de R$ 163 milhões. Além disso, a projeção do patrimônio líquido da empresa é de reduzir-se para R$ 1,18 bilhão, em comparação aos R$ 1,385 bilhões registrados anteriormente. Isso levaria o valor patrimonial por ação a R$ 3,83, colocando a Cury em uma posição de negociação a cerca de 9,5 vezes esse indicador.
Comparação com outras empresas do setor
Na comparação com companhias do mesmo setor, a ação da Cury apresenta um múltiplo P/L projetado de 9,6 vezes para 2026, em contraste com 6,9 vezes da MRV (MRVE3), 5,5 vezes da Tenda (TEND3) e 9,7 vezes da Direcional (DIRR3). Essa análise indica que, apesar dos riscos associados à nova emissão e diluição, a Cury ainda se mantém competitiva no mercado imobiliário brasileiro.
Conclusão
A nova emissão de ações da Cury e os dividendos extraordinários, embora tragam riscos de diluição, representam uma estratégia da empresa para se adaptar a novas regras fiscais e garantir retorno aos investidores. O cenário permanece dinâmico, e os acionistas devem acompanhar as decisões do conselho e o desenrolar desse processo nos próximos meses.
Fonte: www.moneytimes.com.br


