Justiça absolve réus da tragédia no Ninho do Urubu

Gilvan de Souza/Flamengo

Decisão reacende sentimento de injustiça entre familiares das vítimas e expõe omissões dos dirigentes do Flamengo

Decisão judicial absolve réus da tragédia que matou 10 jovens no Ninho do Urubu, reacendendo sentimentos de injustiça.

Cerca de nove anos após a tragédia que matou 10 meninos no centro de treinamento do Flamengo, a Justiça do Rio de Janeiro absolveu os sete réus que ainda respondiam pelo trágico incêndio, ocorrido em 8 de fevereiro de 2019. Essa decisão reacendeu o sentimento de injustiça entre os familiares das vítimas e expôs novamente os erros cometidos por dirigentes do time carioca.

A tragédia e suas consequências

O incêndio deixou 10 mortos e 16 sobreviventes, que conseguiram escapar por uma única porta. As vítimas, com idades entre 14 e 16 anos, foram identificadas como Athila Paixão, Arthur Vinícius, Bernardo Pisetta, entre outros. O alojamento, improvisado em contêineres, funcionava sem alvará da prefeitura, e as chamas se espalharam rapidamente devido ao material inflamável.

O livro que expõe omissões

O livro “Longe do Ninho”, lançado pela jornalista Daniela Arbex em 2024, revela como os dirigentes do Flamengo se omitiram sobre a tragédia. Com laudos técnicos e relatos das famílias, a obra busca manter viva a memória das vítimas e critica o silêncio do clube sobre os fatos. A autora afirma que “esquecer é negar a história” e que a luta por justiça deve continuar.

Reações à absolvição

Após a absolvição dos réus, o ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, criticou a investigação da Polícia Civil, enquanto a Associação dos Familiares de Vítimas do Incêndio do Ninho do Urubu (Afavinu) reafirmou que a memória dos jovens não será silenciada. A expectativa é que essa decisão provoque novos debates sobre segurança em centros de treinamento e a responsabilidade das instituições esportivas.

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