Leucovorin e autismo: famílias relatam experiências com medicação

Antes do apoio de Trump, famílias já buscavam tratamento

Famílias relatam experiências com leucovorin, uma medicação não aprovada para autismo, após menção de Trump.

Na última segunda-feira (2), durante uma conferência de imprensa, o presidente Donald Trump mencionou brevemente o uso do leucovorin, um medicamento normalmente prescrito para pacientes com câncer, como uma possível ajuda para sintomas do autismo. Entretanto, muitas famílias já estavam explorando essa medicação antes da declaração, buscando alternativas para o tratamento de seus filhos diagnosticados com autismo.

Famílias em busca de tratamento

Brian Noonan, pai de Benjamin, de 4 anos, foi uma das pessoas que começou a usar leucovorin após a confirmação do diagnóstico de autismo do filho em outubro. Ele afirmou que a decisão foi motivada pela pesquisa e pela esperança de que a medicação pudesse ajudar. Embora tenha notado melhorias na fala de Benjamin, Noonan ressalta que não considera o leucovorin uma solução mágica. Outros pais, como Ben Blomgren de Minneapolis e Yomarie Miranda da Flórida, relataram experiências semelhantes, com melhorias significativas em seus filhos após o uso do medicamento.

Eficácia e controvérsias

O leucovorin, que já foi aprovado pela FDA na década de 1980 para reduzir efeitos colaterais de quimioterapia, está sendo estudado como uma possível opção para tratar a deficiência cerebral de folato, que afeta algumas crianças autistas. No entanto, especialistas, como Dr. Richard Frye, enfatizam que a medicação não é um tratamento comprovado para autismo e que mais pesquisas são necessárias para entender seu impacto real.

A visão dos especialistas

Dr. Aaron Kesselheim, professor de medicina em Harvard, criticou a abordagem da FDA, que está considerando aprovar o uso do leucovorin para o autismo com base em evidências limitadas. A alegação de que 85% dos pacientes com deficiência cerebral de folato apresentam benefícios não é bem fundamentada, de acordo com especialistas, que pedem mais estudos robustos antes de qualquer aprovação formal.

O uso do leucovorin por famílias que buscam alternativas para o autismo destaca um desafio complicado no tratamento da condição, onde a busca por soluções pode levar a decisões baseadas em dados insuficientes.

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