O líder do PT na Câmara enfrenta atritos e críticas, gerando tensão com Hugo Motta e outros parlamentares.

O líder do PT, Lindbergh Farias, enfrenta isolamento entre colegas e descontentamento após embates com Hugo Motta.

Lindbergh Farias: um líder em conflito

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, acumula atritos e desgastes entre integrantes do colégio de líderes, especialmente após contrariar decisões majoritárias e do presidente Hugo Motta (Republicanos-PB). Farias, ex-senador e ex-prefeito de Nova Iguaçu, é uma figura histórica do PT no Rio de Janeiro e mantém proximidade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A controvérsia na escolha da relatoria

Recentemente, Lindbergh e Motta protagonizaram um embate durante uma reunião de líderes em 11 de novembro. O tema da discussão foi a indicação de Guilherme Derrite (PP-SP) para a relatoria do projeto de lei 5582/2025, o “PL Antifacção”. O deputado petista argumentou que a escolha tinha um caráter ideológico. Em resposta, Motta, de forma contundente, afirmou que a prerrogativa era da presidência. A situação foi amplamente noticiada e evidenciou o crescente isolamento de Lindbergh no colegiado.

A batalha no Judiciário

A postura combativa de Lindbergh não se restringe aos debates no Congresso. Ele tem acionado a Justiça contra outros parlamentares, incluindo Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carla Zambelli (PL-SP), o que lhe rendeu o apelido humorístico de “PGR da Câmara”. Apesar da conotação leve do apelido, suas ações têm gerado descontentamento entre os colegas, que se ressentem de sua abordagem litigiosa.

O impacto nas relações políticas

Líderes consultados pela reportagem afirmaram que a maioria dos presentes na reunião mencionada apoiou a postura de Motta, ressaltando o distanciamento de Lindbergh do restante do colegiado. Em uma reunião posterior, Motta se reuniu com outros líderes, enquanto Lindbergh não compareceu, sinalizando a severidade do conflito.

Críticas e repercussões

A atuação de Lindbergh na política não passou despercebida, e suas declarações impactantes o colocaram no centro de um conflito maior. Em setembro, ele se opôs a uma proposta que dificultava investigações contra parlamentares, gerando pressão de ministros do Supremo Tribunal Federal. Isso resultou em desconfiança entre colegas, que o acusaram de vazar informações.

Desafios no Conselho de Ética

Neste semestre, Lindbergh também enfrentou duas representações no Conselho de Ética, sendo uma delas relacionada a ofensas dirigidas a Gustavo Gayer (PL-GO). O relator recomendou acolher a ação disciplinar, mas o líder do PL, Sóstenes Cavalcante, pediu o arquivamento, defendendo que as declarações de Lindbergh estão protegidas pela imunidade parlamentar, indicando uma situação complexa nas relações entre os partidos.

A trajetória de Lindbergh Farias na Câmara continua a ser marcada por polêmicas e desafios, refletindo um momento turbulento na política brasileira.