Presidente da Bolívia se despede após 20 anos de governos de esquerda
Luis Arce critica Evo Morales por supostas ambições pessoais que teriam prejudicado seu governo na Bolívia.
Na missão consular da Bolívia em Nova York, Luis Arce, presidente em fim de mandato, concedeu uma entrevista onde criticou duramente seu ex-padrinho político, Evo Morales, apontando um pacto com a direita que teria contribuído para a dificuldade de seu governo. Arce afirma que, após 20 anos de gestões de esquerda, os desafios enfrentados pela Bolívia se intensificaram, resultando em uma economia em declínio e uma divisão interna na esquerda.
O legado de 20 anos de esquerda
Arce destaca que a gestão de Evo Morales, marcada por ambições pessoais, prejudicou a possibilidade de avanços na industrialização do país. Ele diz que, com a queda das reservas de gás e o subaproveitamento do lítio, a esquerda perdeu sua força nas urnas. Arce passará o comando em 8 de novembro a um novo presidente, que será escolhido no segundo turno das eleições marcadas para 19 de outubro, onde dois candidatos da direita se destacam.
Críticas e desafios futuros
O presidente em exercício critica a falta de propostas concretas da direita, afirmando que as soluções apresentadas não resolvem os problemas estruturais da Bolívia. O ex-presidente Morales, segundo Arce, tem atuado de forma a desgastar seu governo, buscando retornar ao poder em 2025, o que teria fomentado ainda mais a divisão entre os partidos de esquerda. Arce conclui que a ambição de Morales foi um dos principais fatores para as dificuldades enfrentadas pela gestão.
Reflexões sobre o futuro da esquerda
Luis Arce pretende retornar à academia após seu mandato e reforça que a esquerda não desaparecerá na Bolívia. Ele acredita que a experiência atual servirá como uma lição sobre a importância da união e da luta pelos interesses do povo boliviano. Arce afirma que a presença da esquerda é essencial enquanto houver desigualdade e pobreza no país.