O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elevou o tom contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta quinta-feira, acusando-o de orquestrar uma trama golpista para se manter no poder após a derrota nas eleições de 2022. Lula, no entanto, criticou a suposta falta de coragem de Bolsonaro em levar o plano adiante, em declarações contundentes à Band. A manifestação ocorre em meio à condenação de Bolsonaro e outros réus pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento na tentativa de golpe.
“O ex-presidente, covardemente, articulou tudo, pensou tudo e não teve coragem, foi embora”, disparou Lula, referindo-se à ausência de Bolsonaro no país no dia da posse. O presidente sugeriu que o receio da presença maciça de apoiadores de Lula nas ruas no dia 1º de janeiro teria motivado Bolsonaro a adiar o golpe para 8 de janeiro, na expectativa de que o governo recém-empossado demonstrasse fraqueza.
A polêmica também se estende ao ministro do STF, Luiz Fux, que divergiu dos colegas Alexandre de Moraes e Flávio Dino ao proferir um voto extenso, questionando a existência de provas concretas da participação direta de Bolsonaro nos crimes investigados. Lula rebateu as ponderações de Fux, afirmando que as provas contra Bolsonaro são “fartas” e que a recusa em reconhecê-las é um problema do ministro.
“Ele [Bolsonaro] tentou dar um golpe, tem dezenas e centenas de provas, de atos, de fala, de discurso, de material por escrito, e tudo que ele tentou fazer”, enfatizou Lula, destacando a gravidade das acusações. O presidente mencionou ainda a suposta tentativa de Bolsonaro de atentar contra a vida do presidente eleito, do vice-presidente e do próprio ministro Alexandre de Moraes, reforçando a convicção de que há provas robustas contra o ex-presidente.
Vale lembrar que a Procuradoria-Geral da República (PGR) já havia pedido a condenação de Bolsonaro por crimes como liderança de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Nesta quinta-feira, a Primeira Turma do STF retomou o julgamento, culminando na condenação de Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão, conforme noticiado.