O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assegurou que a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) se fundamenta em evidências irrefutáveis, afastando qualquer alegação de motivação política. A declaração foi proferida durante uma entrevista exclusiva à BBC News Internacional, realizada nesta quarta-feira (17/9) no Palácio da Alvorada.
Lula foi enfático ao afirmar a existência de provas robustas no caso de Bolsonaro, contrastando com o seu próprio julgamento. “Acho que ele [Bolsonaro] foi julgado por um crime que ele cometeu. Não tem política nisso. Eu fui julgado sem ter direito de defesa”, declarou o presidente, relembrando sua própria experiência com a Justiça.
O presidente reforçou seu argumento, detalhando a natureza das evidências contra o ex-presidente. “No caso do ex-presidente, você tem provas concretas, você tem delações concretas, você tem documentos concretos escritos por eles. Então, não há como você tentar colocar que foi um julgamento político”, explicou Lula.
Além de comentar sobre a condenação de Bolsonaro, Lula reafirmou sua posição contrária a qualquer anistia ao ex-presidente, caso o tema chegue ao Executivo. “Se viesse para eu vetar, pode ficar certo de que eu vetaria”, disse o presidente, demonstrando firmeza em sua decisão. Paralelamente, Lula reconheceu a autonomia do Congresso Nacional para tratar da questão da anistia, ressaltando que a decisão final cabe aos parlamentares.
A Primeira Turma do STF condenou Bolsonaro a 27 anos de prisão por envolvimento em um esquema de ataque à democracia. Além do ex-presidente, outros sete aliados também foram condenados, em uma votação que terminou com 4 votos a favor da condenação e 1 pela absolvição.