Os presidentes se reúnem na Malásia para discutir acordos entre Brasil e Estados Unidos

Lula e Trump se reúnem na Malásia para discutir tarifas e sanções; expectativa é positiva para acordos.

Após a reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, os países se preparam para dar os próximos passos nas negociações já nesta segunda-feira (27/10). O foco principal será a suspensão do tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.

O presidente brasileiro disse, na manhã de segunda, estar otimista para uma solução rápida. “Eu estou convencido de que em poucos dias nós teremos uma solução definitiva sabe entre os Estados Unidos e Brasil. É assim que eu volto para o Brasil: satisfeito e certo que tudo vai dar certo para o povo brasileiro”, afirmou Lula.

Primeira rodada de negociações

A primeira rodada de negociações acontece na Malásia, onde os presidentes cumprem agenda. A conversa deve ser liderada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e pelo representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer.

Em entrevista coletiva já na manhã de segunda, o ministro Mauro Vieira disse que se reuniu com o secretário do Tesouro, Scott Bessent, para alinhar um acordo breve para o tarifaço imposto ao Brasil. “Concordamos em trabalhar para construir acordo, nas próximas semanas vamos estabelecer um cronograma de reuniões para tratar de negociações nos setores mais afetados pelas tarifas”, disse Vieira.

Expectativas para negociações

Nesse primeiro momento, o Planalto deve continuar insistindo na pauta econômica, especialmente na suspensão das tarifas de 50% para mercadorias brasileiras, estabelecidas pelos EUA em agosto deste ano. De acordo com aliados de Lula, a expectativa para a conversa é positiva, uma vez que Trump se mostrou disposto a negociar. O republicano comentou sobre o clima para a negociação entre os países: “Acho que vamos conseguir fazer alguns acordos muito bons que estamos discutindo, e eu acho que vamos acabar tendo um relacionamento muito bom.”

Além da pauta econômica, outro assunto a ser tratado com os EUA são as sanções impostas a autoridades brasileiras, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal. Lula não chegou a falar sobre o assunto, mas a intervenção dos Estados Unidos na política brasileira também é um fator que tem estremecido a relação diplomática entre os países.

Reunião na Malásia

Os chefes de Estado se reuniram no início da tarde desse domingo, na capital da Malásia, durante uma agenda oficial. Em uma reunião que durou cerca de uma hora, os presidentes conversaram sobre as tarifas impostas sobre produtos do Brasil pelos EUA e sanções impostas a autoridades brasileiras. Na oportunidade, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi citado na conversa; entretanto, não foi o tema principal. Trump chegou a falar que gostava do ex-presidente, mas evitou falar se ele entraria na pauta das negociações.

Nesta segunda, Lula foi mais explícito: “Disse pra ele [Trump] que foi o julgamento [de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal] sério, com provas contundentes. Disse a gravidade do que tentaram fazer, do plano para matar a mim, meu vice e o ministro Alexandre de Moraes. E que tiveram um direito de defesa que não tive. Ele sabe que rei ‘morto, rei posto’. Bolsonaro faz parte do passado.”

Logo depois da conversa entre Trump e Lula, a conta oficial da Casa Branca publicou uma nota nas redes sociais do governo dizendo que o encontro foi positivo e que os países farão bons negócios. “É uma grande honra estar com o presidente do Brasil… Acho que conseguiremos fechar bons negócios para ambos os países… Sempre tivemos um bom relacionamento, acho que continuará assim”, publicou o governo norte-americano.