Lula e Trump: próximos passos nas negociações

Diálogo entre os líderes avança, mas sem resultados concretos

Ligações entre Lula e Trump marcam avanço nas negociações, mas sem resultados ainda definidos.

A ligação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta segunda-feira (6), marcou um novo capítulo nas negociações entre os dois países, mas ainda sem resultados concretos. O telefonema, que durou cerca de 30 minutos, teve tom cordial e foi classificado como “amistoso” por ambos os lados. Apesar das mensagens positivas, não houve anúncios de medidas práticas nem definição sobre a reunião presencial entre os líderes, prevista para ocorrer “em breve”.

Contexto das negociações

Lula sugeriu que o novo encontro bilateral aconteça durante a Cúpula da Asean, na Malásia, marcada entre 26 e 28 de outubro. Tanto o presidente brasileiro quanto Trump confirmaram presença no evento, mas a reunião ainda não foi oficialmente agendada. O objetivo das conversas é avançar sobre o tarifaço de 50% imposto pelos EUA sobre produtos brasileiros, que inclui aço, alumínio, carnes e café, um dos principais itens exportados para o mercado americano.

Atores centrais envolvidos

Durante o telefonema, Trump informou que o secretário de Estado, Marco Rubio, será o responsável por conduzir as negociações com a equipe brasileira, formada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Mauro Vieira (Relações Exteriores). A escolha de Rubio, um dos principais nomes da ala conservadora americana, foi recebida com cautela em Brasília. Lula pediu que o diálogo avance “sem preconceito”, reforçando a expectativa de que as conversas se mantenham em tom diplomático.

Desafios à frente

Rubio já fez declarações duras contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de Moraes. Em julho, chegou a anunciar a revogação dos vistos de Moraes e de seus familiares, e, após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe, defendeu sanções adicionais contra o Brasil. Desde então, porém, o secretário não voltou a se manifestar publicamente sobre o país. Sua nomeação indica que Trump pretende centralizar as negociações no Departamento de Estado, que também coordenou a aplicação das sanções contra autoridades brasileiras.

PUBLICIDADE

Relacionadas: