Presidente brasileiro destaca a importância do Mercosul em discurso na cúpula.

Lula pede que líderes europeus demonstrem vontade política para finalizar acordo com o Mercosul.

O papel do Mercosul no cenário internacional

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu discurso na 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, realizada em Foz do Iguaçu, ressaltou a importância do bloco como um ator fundamental para a promoção de acordos comerciais significativos. Ele destacou que, apesar de mais de duas décadas de negociações com a União Europeia, a falta de um fechamento definitivo do acordo representa uma oportunidade perdida para fortalecer laços econômicos e políticos entre os dois blocos. Lula enfatizou que a coragem política é essencial para que os líderes europeus avancem nas discussões e superem as resistências internas.

Desafios e oportunidades nas negociações

Durante seu pronunciamento, Lula mencionou que a intenção do governo brasileiro era formalizar o pacto na cúpula, mas que a Europa decidiu adiar a decisão. Ele afirmou que líderes europeus pediram mais tempo para discutir medidas adicionais de proteção agrícola, o que evidencia a complexidade das negociações. Segundo o presidente, a mensagem a ser enviada ao mundo seria uma defesa do multilateralismo, essencial em um momento de crescente competição global.

A resistência do agronegócio e suas implicações

A resistência à assinatura do acordo por parte de algumas nações europeias, influenciadas por pressões do agronegócio, levanta questões sobre a sustentabilidade das negociações. O acordo visa a criação de uma ampla zona de livre comércio, mas as preocupações com a proteção da agricultura europeia ainda pairam como um obstáculo significativo. Lula recebeu uma carta de líderes da Comissão Europeia, manifestando a expectativa de que o acordo seja fechado em janeiro, o que adiciona uma nova camada de urgência às discussões.

Colaboração entre países sul-americanos

Além de abordar o acordo com a União Europeia, Lula também comentou sobre a colaboração entre países da América Latina em questões de segurança pública. Ele propôs uma reunião de ministros da Justiça e de Segurança Pública para discutir formas de cooperação no combate ao crime organizado. Em um apelo à ação, Lula sugeriu um pacto para combater o feminicídio, ressaltando a necessidade de proteção para mulheres na região, que enfrenta altos índices de violência.

O presidente destacou que a América Latina é a região mais letal do mundo para mulheres e que é fundamental que os países do bloco trabalhem juntos para enfrentar essa realidade. Com essa postura, Lula não apenas busca fortalecer o Mercosul, mas também promover uma agenda de direitos humanos e segurança, reafirmando o compromisso do Brasil com a cooperação regional.

Fonte: www.metropoles.com