Líderes europeus reagem ao plano de paz proposto por Trump para o conflito na Ucrânia
Macron afirma que sem dissuasão, promessas da Rússia não podem ser confiáveis.
Macron e a necessidade de dissuasão na Ucrânia
Em um claro aviso, o presidente francês Emmanuel Macron destacou, durante a cúpula do G20 na África do Sul, que se a Ucrânia for pressionada a reduzir suas forças armadas, a Rússia não hesitará em “trair” suas promessas. A declaração foi uma resposta ao plano de paz proposto por Donald Trump, que sugere que a Ucrânia ceda território e renuncie a seu desejo de se juntar à NATO.
“Sabemos que sem elementos de dissuasão, os russos voltarão e quebrarão suas promessas”, afirmou Macron. Ele enfatizou que qualquer acordo de paz deve garantir segurança para a Ucrânia e para toda a Europa, ressaltando a importância de uma consulta mais ampla entre as nações envolvidas.
Reações ao plano de paz de Trump
O plano de Trump, que foi recebido com ceticismo por muitos líderes europeus, foi descrito como um “wish list” pelos críticos. O senador Marco Rubio, que se manifestou sobre a proposta, afirmou que ela precisa de mais trabalho e que não deve ser aceita sem uma avaliação detalhada dos riscos envolvidos. O governo dos EUA, por sua vez, busca pressionar o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy a aceitar algum tipo de acordo, sob a ameaça de que uma recusa pode resultar em condições ainda mais desfavoráveis no futuro.
Avanços militares e negociações em andamento
Enquanto isso, a situação no terreno permanece tensa, com relatos de tentativas das forças russas de avançar em Pokrovsk, uma cidade do leste da Ucrânia. Segundo o Estado-Maior ucraniano, essas tentativas foram frustradas e as forças invasoras estão sendo eliminadas na área urbana. Em uma nova rodada de negociações, representantes da Ucrânia e dos EUA se reunirão na Suíça para discutir o plano de Trump e suas implicações.
Declarações de Zelenskyy e apoio europeu
O presidente Zelenskyy, por sua vez, declarou que uma paz verdadeira deve estar baseada em garantias de segurança e justiça, e anunciou a formação de uma equipe de negociação para dialogar com os Estados Unidos. Ele enfatizou que um plano de paz deve ser respeitado por Kyiv, e não imposto por potências externas.
Líderes de nações nórdicas e bálticas reafirmaram seu apoio à Ucrânia, oferecendo assistência militar e enfatizando que a soberania da Ucrânia deve ser respeitada em qualquer acordo futuro.
Expectativas futuras e desafios
À medida que as negociações avançam, as expectativas são de que um acordo possa ser alcançado em breve, mas os desafios permanecem significativos. A ausência de Trump na cúpula do G20 foi notada, e líderes europeus estão pressionando para que a Europa tenha um papel central nas discussões sobre a paz na Ucrânia, ressaltando que a inação pode ter repercussões em toda a política europeia.
Com o conflito se estendendo já por 1.369 dias, o futuro da Ucrânia e as relações com a Rússia continuam incertas, enquanto os esforços para alcançar um acordo de paz se intensificam.
Fonte: www.theguardian.com
Fonte: Anatolii Stepanov/Reuters