O governo de Nicolás Maduro elevou a tensão com os Estados Unidos neste sábado, acusando um navio militar americano de atacar um barco pesqueiro venezuelano na costa do país. O incidente, segundo Caracas, ocorreu na sexta-feira, 12 de setembro, e intensifica um clima já carregado por acusações mútuas e manobras militares na região.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores venezuelano, um destróier americano teria ocupado a embarcação pesqueira “de forma ilegal e hostil” por aproximadamente oito horas, dentro da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) da Venezuela, a cerca de 48 milhas náuticas da costa. O ministro Yvan Gil afirmou que 18 militares armados tomaram o controle do barco, impedindo a comunicação da tripulação.
O governo Maduro classificou a ação como uma “provocação direta através do uso ilegal dos meios militares”, conforme nota oficial. O comunicado expressa ainda a visão de que o incidente reflete uma postura irresponsável de certos setores políticos em Washington, que estariam dispostos a comprometer recursos e soldados em “aventuras bélicas”.
Caracas afirma ter monitorado a suposta ação americana “minuto a minuto” através de suas forças armadas. O governo venezuelano exige que os Estados Unidos cessem imediatamente as atividades militares na área, buscando evitar uma escalada do conflito.
Este episódio se soma a outros recentes momentos de tensão, incluindo a convocação de Maduro para uma “luta armada” em resposta à presença naval americana na costa venezuelana, sob o pretexto de combater o narcotráfico. Na semana passada, os EUA afundaram um navio venezuelano em uma ação contra o tráfico de drogas, resultando em mortes, o que já havia gerado forte condenação por parte do governo Maduro.