Em um gesto surpreendente, o presidente venezuelano Nicolás Maduro se ofereceu para cooperar com o governo de Donald Trump no combate ao narcotráfico. A proposta foi feita durante uma coletiva de imprensa em Caracas, onde Maduro enfatizou que a Venezuela possui “experiência e resultados concretos” na luta contra as drogas.

“Se você, presidente Trump, realmente quer falar de uma luta para acabar com o narcotráfico, a Venezuela tem a experiência”, declarou Maduro, buscando um ponto de convergência em meio a tensões crescentes entre os dois países. A oferta surge em um momento crítico, com o governo Trump intensificando a pressão sobre o regime venezuelano.

A relação entre EUA e Venezuela tem se deteriorado rapidamente, especialmente após o envio de navios de guerra americanos para a costa venezuelana. Trump justificou a ação alegando a necessidade de conter o narcotráfico, acusando Maduro de liderar um cartel de drogas venezuelano, acusações que o governo venezuelano nega veementemente.

Maduro rebate as acusações, argumentando que a Venezuela não foi sequer mencionada no Relatório Mundial sobre Drogas do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNDOC). Ele insiste que o país é “livre de cultivos ilícitos” e que as alegações de Trump servem como pretexto para uma possível invasão.

O presidente venezuelano estendeu o convite a outros países da América do Sul e Central, demonstrando abertura para uma estratégia regional coordenada. “Se o resto dos países da América do Sul, América Central quiserem coordenar uma única estratégia sobre este tema, sobre este problema, estamos totalmente à disposição”, afirmou Maduro, buscando apoio para uma abordagem multilateral do problema.