Manobra contábil dos Correios levanta críticas sobre dívida bilionária

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A CGU aponta irregularidades em compensações financeiras da estatal.

A Controladoria-Geral da União denuncia manobras contábeis nos Correios para eliminar passivo trabalhista, levantando questões sobre a saúde financeira da estatal.

A Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que os Correios, em uma manobra contábil, conseguiram eliminar artificialmente um passivo trabalhista que ultrapassava R$ 1 bilhão, reduzindo-o a apenas R$ 18. Essa redução foi feita com base em compensações que a CGU considera irregulares, apoiadas em cálculos inconsistentes e controles internos falhos.

O impacto das manobras contábeis

Os passivos em questão referem-se a 18 ações coletivas trabalhistas movidas por sindicatos e empregados, que reivindicam diferenças salariais acumuladas ao longo dos anos. Em vez de reconhecer o valor devido, os Correios passaram a considerar cada ação pelo valor simbólico de R$ 1. Essa estratégia visa reduzir as obrigações contábeis, mas levanta sérias preocupações quanto à saúde financeira da estatal, que já acumula 13 trimestres consecutivos de prejuízo, totalizando cerca de R$ 6 bilhões.

Consequências e riscos envolvidos

Segundo os técnicos da CGU, a compensação foi registrada antes de qualquer decisão judicial definitiva, fundamentando-se apenas na expectativa de sucesso em um outro processo judicial. Caso a Justiça não reconheça essa compensação, os Correios poderão ser obrigados a reinstaurar o passivo em seus balanços, o que pode agravar ainda mais o rombo financeiro da empresa.

A CGU recomenda que os Correios realizem uma revisão imediata de seus registros contábeis e dos cálculos que embasaram a compensação questionada, apontando que a falta de evidências robustas sobre a correspondência entre os empregados considerados na compensação e aqueles que se beneficiariam das ações trabalhistas pode resultar em distorções significativas nos valores reportados.

Medidas em meio à crise

Em um momento crítico, a estatal decidiu expandir sua meta do Programa de Demissão Voluntária (PDV), visando desligar até 15 mil funcionários nos próximos anos. Embora isso possa gerar uma economia a longo prazo, os custos imediatos, como indenizações e incentivos financeiros, podem afetar ainda mais o já pressionado caixa da empresa. Recentemente, o Tesouro Nacional aprovou um empréstimo de até R$ 12 bilhões aos Correios, com prazos e condições que, se não cumpridos, podem levar o Tesouro a assumir a dívida.

Diante de todas essas questões, a situação financeira dos Correios exige uma abordagem cautelosa e transparente. A CGU destaca a necessidade de uma análise mais rigorosa para garantir a integridade das informações financeiras da estatal, que se vê em meio a um dos períodos mais desafiadores de sua história.

Fonte: www.metropoles.com

Fonte: Reprodução

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