Pesquisadores australianos revelam detalhes surpreendentes da galáxia
Astrônomos australianos criaram o maior e mais detalhado mapa da Via Láctea, revelando fenômenos cósmicos inéditos.
Em 28 de outubro de 2025, astrônomos australianos revelaram o maior e mais detalhado mapa da Via Láctea, utilizando ondas de rádio, um tipo de luz invisível ao olho humano. A pesquisa, publicada na revista Publications of the Astronomical Society of Australia (PASA), combina dados de dois grandes levantamentos, reunindo 98 mil fontes de emissão, como estrelas, nebulosas e restos de supernovas. O novo retrato da galáxia mostra cores que não existem na natureza, revelando fenômenos cósmicos que não aparecem em imagens comuns.
Detalhes técnicos e descobertas
Produzido a partir de observações do telescópio Murchison Widefield Array (MWA), no deserto da Austrália Ocidental, o mapa incorpora dados de dois levantamentos realizados entre 2013 e 2020. O resultado abrange uma área de cerca de 3,8 mil graus quadrados do céu, o que é o dobro do levantamento anterior, com duas vezes mais resolução e dez vezes mais sensibilidade. Cada faixa de frequência foi associada a uma cor diferente, criando uma espécie de “arco-íris” em rádio, que revela regiões da galáxia antes invisíveis.
O impacto das novas tecnologias
A responsável pela imagem, Silvia Mantovanini, doutoranda da Curtin University e do ICRAR, levou 18 meses para processar os dados com a ajuda de um supercomputador. A nova imagem permite distinguir claramente as marcas deixadas por estrelas mortas e as regiões onde novas estão nascendo. Cores avermelhadas indicam remanescentes de supernovas, enquanto manchas azuladas mostram áreas aquecidas por estrelas jovens.
Próximos passos na pesquisa
Os cientistas também detectaram um excesso de fontes com espectro íngreme, sugerindo a presença de pulsares, núcleos ultradensos de estrelas mortas que emitem feixes regulares de energia. Com técnicas avançadas de processamento, o sistema corrigiu distorções atmosféricas e reduziu interferências de rádio, permitindo que estruturas muito fracas se tornassem visíveis. Este levantamento é uma referência para futuros estudos sobre a Via Láctea, além de ser insuperável por pelo menos uma década, até a entrada em operação do SKA-Low, o maior radiotelescópio do mundo.