Economista critica a falta de preparação para cenários adversos
Marcos Lisboa critica a falta de análises de risco adequadas das empresas brasileiras, destacando a necessidade de uma preparação melhor para cenários adversos.
Em 29 de setembro de 2025, durante evento da GCB, o economista Marcos Lisboa fez um alerta sobre a falta de análises de risco adequadas nas empresas brasileiras. Ele destacou que, com o aumento das recuperações judiciais, como os casos da Ambipar e da Braskem, as companhias estão mal preparadas para enfrentar um cenário econômico frequentemente conturbado.
Lisboa enfatizou a necessidade de uma análise de stress mais cuidadosa, já que as taxas de juros podem oscilar drasticamente em um curto período, passando de 4% para 15%. Ele criticou a falta de atenção das empresas em relação aos concorrentes e aos piores cenários possíveis, afirmando que isso é uma realidade preocupante.
Desafios da Governança Empresarial
O economista comentou que em momentos de economia aquecida, a euforia entre investidores e empresários pode obscurecer a percepção dos riscos. Essa dinâmica leva muitos a acreditar que a situação sempre permanecerá favorável, resultando em quedas repentinas e quebras inesperadas. Lisboa alertou que as incertezas também impactam os balanços das empresas, que precisam buscar proteção em ferramentas como o hedge.
Insegurança Jurídica e Sistema Tributário
Lisboa ainda ressaltou que a insegurança jurídica no Brasil é um problema significativo, com interpretações legais que mudam frequentemente e juízes criando exceções. O ambiente regulatório, segundo ele, é uma confusão, dificultando a operação das empresas. Além disso, o sistema tributário brasileiro é considerado um dos mais complexos do mundo, resultando em um contencioso tributário gigantesco, estimado em cerca de 75% do PIB do país, um número muito superior ao de países da OCDE.
Impactos no Investimento
Essas incertezas afastam tanto os investimentos privados quanto os estrangeiros, minando a confiança no mercado. Lisboa concluiu que, enquanto o Brasil não tiver previsibilidade, o capital produtivo não retornará. Ele observou que, apesar das falas sobre a volta de investidores estrangeiros, na prática, o que se observa é uma saída de recursos, evidenciando o custo de se viver em um ambiente incerto.