Atriz compartilha experiências e aprendizados ao interpretar a socialite assassinada em 1976
Marjorie Estiano fala sobre a experiência transformadora de interpretar Ângela Diniz em nova série.
Marjorie Estiano e o papel de Ângela Diniz
A atriz Marjorie Estiano, 43, vive um dos papéis mais pessoais de sua carreira na nova série “Ângela Diniz: Assassinada e Condenada”. Em entrevista, Estiano comentou sobre o processo de preparação para interpretar a socialite assassinada em 1976, revelando que essa experiência a levou a explorar camadas profundas de sua própria identidade.
“Quando eu interpretei a doutora Carolina, eu estudei sobre o sistema público de saúde e a relação médico-paciente. Mas ao estudar sobre Ângela, eu estudo sobre o que é ser mulher. E isso é indissociável de mim”, disse Marjorie, evidenciando a relevância de seu papel na série.
A série e seu impacto
“Ângela Diniz: Assassinada e Condenada” estreou com dois episódios na quinta-feira (13). A série, baseada no podcast “Praia dos Ossos”, revisita a história de Ângela Diniz, que desafiou os padrões impostos às mulheres e foi brutalmente punida por isso. O último relacionamento de Ângela resultou em tragédia quando ela foi assassinada pelo namorado Doca Street (Emilio Dantas).
Durante a construção da personagem, Marjorie enfatizou a necessidade de um mergulho emocional e subjetivo. “Eu sou a matéria e o artesão ao mesmo tempo”, explicou, ressaltando a importância de reconhecer o machismo e os limites que ainda existem em sua vida.
Uma experiência transformadora
Habitar a pele de uma mulher que vivia o prazer sem culpa foi uma experiência transformadora para Estiano. “Viver essa pele de uma mulher autorizada, que se permite ao prazer, é muito libertador. O capitalismo traz sempre essa pressão pela produtividade”, afirmou.
A atriz acredita que Ângela representa uma ruptura com padrões internalizados. “Quando você pega uma personagem que fala que a vida é feita para ser vivida, isso é um ensinamento muito grande”, explicou, destacando a importância da liberdade e do prazer na vida.
Aprendizados além das gravações
Marjorie comentou que a experiência não terminou com as gravações. “Eu continuo exercitando a Ângela Diniz diariamente”, revelou. Ao ser questionada sobre o que leva da personagem para sua vida pessoal e profissional, ela destacou a importância de se sentir livre para ocupar o protagonismo sem culpa.
“É um exercício da autorização, de se sentir à vontade com o protagonismo e de não ter culpa. Isso é fundamental”, afirmou.
Além disso, a atriz aprofundou seus estudos sobre feminismo e movimentos sociais durante o processo. “A oportunidade que ela me deu de me letrar mais sobre o feminismo e os mecanismos de manipulação foi essencial para melhorar a vida, não só a minha, mas a das próximas gerações”, concluiu.
O elenco e a produção
A série também conta com Antônio Fagundes no papel do advogado Evandro Lins Silva, além de Thiago Lacerda, Camila Márdila e Yara de Novaes, entre outros. Dirigida por Andrucha Waddington e escrita por Elena Soárez, a produção promete trazer à tona discussões importantes sobre a violência patriarcal e a liberdade feminina.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br