Em um bairro tranquilo da Califórnia, o sonho americano de casas com jardins e vizinhos amigáveis se transformou em uma realidade distorcida para alguns moradores. A chegada de Mark Zuckerberg, o fundador de uma gigante da tecnologia, ao Crescent Park, alterou drasticamente a dinâmica local.
Ao longo dos anos, Zuckerberg adquiriu 11 propriedades na área, uma após a outra, em um investimento considerável. Aos poucos, o cotidiano pacato foi substituído por um cenário de segurança reforçada, câmeras de vigilância e até bloqueios de ruas, impactando a privacidade e a rotina dos residentes.
As propriedades foram transformadas em algo que vai além do luxo residencial. Uma das casas se tornou uma escola particular para os filhos do empresário. No subsolo de uma das construções, há um espaço subterrâneo de grande dimensão, comparado a um bunker de alta tecnologia. O complexo inclui ainda piscina com piso retrátil, quadra esportiva e jardins meticulosamente projetados, além de esculturas.
Para os moradores que permaneceram na vizinhança, a vida se tornou um desafio. Obras constantes, ruídos frequentes e a presença ostensiva de seguranças passaram a fazer parte do dia a dia. Festas com convidados em trajes formais e carros de luxo transformam a rua em uma passarela ocasional.
Em um gesto que alguns consideraram irônico, vizinhos relataram ter recebido fones de ouvido com cancelamento de ruído como presente de Zuckerberg, um aceno velado ao impacto das obras e eventos em suas vidas. O que era um bairro caracterizado pela tranquilidade se tornou o palco de um empreendimento particular, gerando desconforto e transformando a vizinhança em algo distante do sonho original.