Debate sobre a validade do conceito de infinito na matemática e na física.

Grupo de matemáticos defende que o infinito é uma ilusão, trazendo novas perspectivas para a matemática.
Um grupo de especialistas conhecidos como ultrafinitistas está questionando um dos conceitos mais famosos da matemática: o infinito. Para eles, a ideia de grandezas intermináveis não passa de uma ilusão. De acordo com o matemático Doron Zeilberger, da Universidade Rutgers, números imensos como “10 elevado a 100” não possuem utilidade prática e podem atrapalhar a ciência ao invés de auxiliar.
O surgimento da discussão acadêmica
A discussão sobre a validade do infinito, que antes era vista como excêntrica, vem ganhando espaço em encontros acadêmicos. Pesquisadores acreditam que abandonar o infinito pode tornar a matemática mais concreta e confiável, permitindo que a disciplina trabalhe apenas com valores que podem ser de fato medidos e compreendidos.
Implicações na física
A proposta de repensar o infinito também chegou à física, onde o teórico Sean Carroll, da Universidade Johns Hopkins, apresentou a ideia de um universo ultrafinito. Nesse cenário, o universo poderia ser espacialmente infinito, mas teria um número limitado de estados quânticos possíveis, mudando ao longo do tempo, mas sempre retornando ao estado inicial sem violar leis fundamentais como a termodinâmica.
Reflexões filosóficas sobre a matemática
Essa discussão abre espaço para uma reflexão filosófica importante: até que ponto a matemática deve se apoiar em abstrações inatingíveis? Os ultrafinitistas argumentam que a insistência no infinito pode limitar descobertas, enquanto um foco no que é mensurável poderia permitir avanços mais sólidos e próximos da realidade.
O debate sobre a existência do infinito promete trazer novas perspectivas tanto para a matemática quanto para a física, desafiando conceitos que estão enraizados há séculos.