Matéria escura pode ser composta por objetos exóticos gigantes

Paul Sutter

Astrônomos propõem novas formas de buscar por matéria escura.

Estudo sugere que a matéria escura pode ser formada por objetos exóticos e gigantes, trazendo novas esperanças para sua detecção.

A busca pela matéria escura, um dos maiores desafios da astronomia moderna, está prestes a ganhar novos contornos. Novos estudos sugerem que, ao invés de serem compostas por partículas minúsculas, as estruturas de matéria escura poderiam ser formadas por objetos exóticos de grande escala.

O que é a matéria escura?

A matéria escura é uma forma de matéria que não emite, absorve ou reflete luz, tornando-a completamente invisível e detectável apenas por seus efeitos gravitacionais. Sua existência é inferida a partir da observação de fenômenos como a rotação de galáxias e a formação de estruturas no universo. Por décadas, a comunidade científica acreditou que a matéria escura era composta por partículas exóticas, desconhecidas até então no modelo padrão da física de partículas.

Novas propostas para a matéria escura

Recentemente, um estudo publicado no arXiv em novembro de 2025 explorou a ideia de que a matéria escura poderia ser formada por objetos muito maiores. Entre esses novos candidatos estão as chamadas estrelas bosônicas e Q-balls. As estrelas bosônicas são compostas por partículas extremamente leves, que em escalas galácticas se comportam mais como ondas do que como partículas discretas. Por outro lado, Q-balls são descritas como campos quânticos que podem se condensar em enormes estruturas estáveis.

Ambas as propostas têm algo em comum: são difíceis de detectar. Embora possam ter tamanhos comparáveis a estrelas, não emitem luz, o que as torna praticamente invisíveis em nossas observações astronômicas.

A busca por evidências através de microlentes

Os astrônomos, no entanto, não estão sem esperança. Existe uma técnica chamada microlensing, que pode ajudar a revelar a presença dessas entidades. Quando uma estrela bosônica ou um Q-ball passa entre nós e uma estrela distante, a gravidade do objeto exótico pode distorcer a luz da estrela, fazendo-a parecer que muda de posição temporariamente. Essa mudança, embora sutil, pode ser o sinal que os astrônomos estão procurando.

Felizmente, o telescópio Gaia, com sua missão focada na observação de estrelas, é uma ferramenta ideal para essa tarefa. Os pesquisadores propõem usar os dados coletados pelo Gaia para procurar por essas assinaturas de microlensing, o que poderia revelar a presença de milhares de objetos exóticos ou, ao contrário, oferecer limites rigorosos sobre suas contribuições para o quadro geral da matéria escura.

Conclusão

Independentemente do resultado, essa nova abordagem promete expandir nosso entendimento sobre a matéria escura e os mistérios do universo. A busca por esses objetos exóticos não apenas pode iluminar o que compõe a maior parte da matéria do cosmos, mas também nos ensinará sobre a própria natureza do espaço e do tempo.

Fonte: www.space.com

Fonte: Paul Sutter

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