Comunidade sente-se ameaçada após ações da ICE e declarações de Trump sobre imigrantes somalis
Somalis americanos em Minnesota expressam medo e fechamento de negócios após ações da ICE e declarações de Trump.
Comunidade Somali em Minnesota teme por suas vidas e negócios
Em Minneapolis, a comunidade somali, incluindo muitos cidadãos americanos, vive um clima de medo crescente. Com o recente lançamento de operações da Imigração e Controle de Alfândegas (ICE) na região, os moradores relatam uma sensação de insegurança. A desconfiança se intensificou após declarações polêmicas do ex-presidente Donald Trump sobre os imigrantes somalis, que ele acusou de ‘destruir Minnesota’.
Um jovem de 21 anos de ascendência somali, que pediu para não ser identificado, declarou: “Ninguém está deixando suas casas agora. Eles são cidadãos e viveram aqui por anos.” As lojas no Karmel Mall, um centro comunitário vital, permaneceram fechadas, com cartazes que diziam “Não ICE”. Essa resposta demonstrou a tensão na comunidade, que tem se sentido alvo de operações de imigração.
A reação das autoridades e o aumento das operações da ICE
O chefe de polícia de Minneapolis, Brian O’Hara, relatou um aumento nas prisões por parte da ICE na área, embora tenha afirmado que a agência não esteja especificamente focando em imigrantes somalis. No entanto, ele reconheceu que, pela primeira vez, a comunidade somali se manifestou sobre a sensação de estar sendo alvo de tais operações. O’Hara recomendou que os moradores chamem a polícia se forem abordados por indivíduos armados que não se identificarem adequadamente.
A mensagem dele provocou reações variadas, incluindo a de Tom Homan, ex-diretor da ICE, que considerou as recomendações uma afronta. O’Hara reiterou a necessidade de proteger a comunidade, que se sente vulnerável diante de ações inesperadas.
Respostas da comunidade e líderes locais
Jamal Osman, membro do conselho da cidade de Minneapolis, instou os moradores a carregar documentos oficiais, comparando a situação atual ao que ocorreu na Alemanha nas décadas de 1930 e 1940. “Estamos nos sentindo caçados”, afirmou. A insegurança se intensificou, com relatos de agentes de imigração presentes em áreas residenciais e de detenções ocorrendo sem explicação.
Imam Hassan Jama, da Associação Islâmica da América do Norte, defendeu a comunidade, enfatizando que a maioria dos somalis é composta por cidadãos trabalhadores que desejam contribuir para a prosperidade de Minnesota. Ele ressaltou que os erros de poucos não devem ser usados para estigmatizar toda uma comunidade.
O impacto das políticas de imigração de Trump
As políticas de imigração do ex-presidente Trump têm gerado preocupações entre os somalis americanos. Desde 1993, a Minnesota se tornou o lar da maior população somali do país, com mais de 98.000 imigrantes, e cerca de 83% deles são cidadãos naturalizados. As recentes ações da ICE e a tensão política aumentaram a sensação de insegurança, especialmente após a pausa em todos os pedidos de imigração de 19 países considerados ‘de alto risco’, incluindo a Somália.
Zakaria Abukar, um empreendedor tecnológico que chegou aos Estados Unidos quando tinha seis anos, expressou que muitos da comunidade seguiram os canais legais para imigração, mas com as barreiras crescentes, o futuro é incerto. A situação é crítica para os que fugiram de guerras e perseguições, buscando uma vida melhor na América.
Reflexão sobre a situação atual
O clima de medo na comunidade somali em Minnesota é uma consequência direta não apenas das operações da ICE, mas também de discursos políticos hostis que marginalizam os imigrantes. As autoridades devem agir com cautela e responsabilidade ao lidarem com as preocupações legítimas dos cidadãos, assegurando que o processo de imigração seja justo e respeitoso.
Assim, a luta da comunidade somali em Minnesota se torna um reflexo das mudanças sociais e políticas mais amplas nos Estados Unidos, destacando a necessidade de compreensão e apoio às minorias em tempos de adversidade.
Fonte: www.nbcnews.com
Fonte: Karmel Mall closed shops


