Expectativas divididas entre reações positivas e incertezas no cenário econômico internacional
O mercado financeiro volta a operar após feriado, enfrentando incertezas e reações a notícias internacionais.
Mercado financeiro retoma atividades após feriado e tensões internacionais
O mercado financeiro brasileiro volta a operar nesta sexta-feira, 21 de novembro de 2025, em um dia que promete ser marcado por um volume reduzido de negócios devido à ressaca do feriado. As expectativas estão elevadas, especialmente com a repercussão de eventos recentes que influenciam o cenário econômico global. A principal notícia que chama a atenção é a retirada da tarifa adicional de 40% imposta pelos Estados Unidos a produtos agrícolas brasileiros, como café e carne bovina.
Reações positivas às decisões dos EUA
Os recibos de ações (ADRs) de empresas brasileiras negociados em Nova York reagiram positivamente à decisão do governo americano. Essa movimentação deve refletir no pregão regular do Ibovespa, que pode ver um leve aumento na abertura. No entanto, a questão que permanece é se essa mudança será suficiente para contrabalançar a pressão vendedora que vem do exterior. Os ativos brasileiros estão ajustando-se após as divulgações que ocorreram quando os negócios estavam fechados.
Impacto da Nvidia e incertezas do mercado
Um dos casos que mais chamaram a atenção foi o desempenho da Nvidia. Apesar de apresentar lucro por ação e receitas superiores às expectativas, a empresa não conseguiu sustentar o otimismo no mercado de Nova York. A forte venda de ações resultou em uma das maiores viradas intradiárias desde abril, gerando dúvidas sobre a capacidade do setor de Inteligência Artificial em cumprir com suas promessas. Essa instabilidade reflete também na ata do Federal Reserve, que alertou sobre a possibilidade de uma “queda desordenada” nos preços dos ativos.
Dados do payroll e suas implicações
O payroll atrasado de setembro trouxe ainda mais incertezas. Embora tenha mostrado a criação de 119 mil vagas, muito acima das expectativas, a revisão significativa para baixo nos dados de agosto – que passou de 22 mil para uma perda de 4 mil vagas – adicionou pressão ao mercado. A taxa de desemprego também subiu, refletindo a busca por novas oportunidades, enquanto o ganho médio desacelerou. Essas informações indicam que o Fed pode não cortar os juros tão cedo, talvez apenas no início de 2026, drenando a liquidez dos ativos globais.
O impacto da aversão ao risco
A ressaca que o mercado enfrenta não é apenas pela pausa do feriado, mas pela tensão entre a realidade externa e a bolha de otimismo que se formou recentemente. A aversão ao risco está de volta, e a pergunta que fica é se os ativos brasileiros conseguirão manter sua trajetória de alta enquanto os mercados internacionais ainda lidam com incertezas. Os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram em alta, mas a cautela é evidente.
Cenário internacional e commodities
Na Europa, as bolsas estão em queda após uma sessão de perdas na Ásia, onde mercados como Tóquio, Xangai e Hong Kong caíram cerca de 2,5%. No que diz respeito às moedas, o dólar perde força frente a outras, enquanto as commodities também enfrentam pressão, com o petróleo e o ouro em queda. O minério de ferro, por sua vez, embora tenha fechado em baixa, permanece acima de US$ 110 a tonelada métrica. O Bitcoin, por sua vez, luta para se manter acima da marca de US$ 83 mil, em queda livre, refletindo o clima pessimista do mercado.
Expectativas para o dia
Com a agenda econômica cheia, os investidores devem ficar atentos ao Índice PMI/S&P de atividade composto e à confiança do consumidor da Universidade de Michigan, ambos previstos para hoje. Esses dados podem fornecer um panorama mais claro sobre a direção do mercado nos próximos dias, enquanto o Brasil também se prepara para divulgar seu relatório bimestral de receitas e despesas.