Análise aponta distanciamento entre o bolsonarismo e o liberalismo econômico
Mercado financeiro demonstra resistência ao nome de Flávio Bolsonaro.
O colapso da aliança entre bolsonarismo e liberalismo econômico
O dia 10 de dezembro de 2025 marca um momento crucial para a política brasileira. O mercado financeiro demonstra clara resistência ao nome de Flávio Bolsonaro, evidenciando um afastamento do bolsonarismo do liberalismo econômico que antes caracterizava a gestão de seu pai, Jair Bolsonaro, e seu ex-ministro Paulo Guedes. Essa mudança de atmosfera ocorre após a saída de Bolsonaro do poder em 2022, quando as pautas econômicas foram deixadas de lado em favor de uma retórica mais nacionalista.
O afastamento do liberalismo e o crescimento do populismo
Durante a oposição, os aliados de Bolsonaro adotaram uma postura cada vez mais crítica em relação a tópicos como ajuste fiscal e privatizações. Essa nova abordagem fez com que figuras influentes dentro do movimento bolsonarista, como Carlos Bolsonaro, atacassem a visão liberal de mercado. Carlos se refere à chamada “Faria Luler” para criticar aqueles que definem a elite econômica de maneira negativa, apontando que essas visões se afastam dos princípios liberais que antes eram defendidos pelo grupo.
Flávio Bolsonaro na corrida presidencial
Com a pré-candidatura de Flávio ao Planalto, o mercado não demonstra otimismo. Desde que seu nome foi lançado, a Bolsa de Valores sofreu um tombo significativo, e o dólar começou a subir. Observadores financeiros se perguntam se Flávio possui a capacidade necessária para trazer estabilidade econômica, especialmente sem o apoio de economistas respeitados. As pesquisas recentes indicam que apenas uma minoria dos eleitores considera Flávio a melhor escolha em uma eventual candidatura a presidência, com candidatos como Tarcísio de Freitas sendo preferidos.
A reação do mercado financeiro
Os analistas do mercado estão céticos em relação às chances de Flávio vencer o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, considerando que a expectativa de um quarto mandato consecutivo de Lula contribui para um ambiente econômico volátil. Recentemente, uma pesquisa da Datafolha revelou que apenas 8% dos entrevistados acreditam que Flávio deve ser a escolha de Bolsonaro, um dado que reforça a desconfiança em relação ao seu potencial como líder.
Expectativas de eleição e futuro do bolsonarismo
Essa resistência e o distanciamento do mercado em relação a Flávio levantam questões sobre o futuro do bolsonarismo. A narrativa populista parece estar ganhando força, mas a falta de uma estratégia fiscal clara e a desconfiança em relação ao controle econômico por parte de Flávio podem complicar suas aspirações eleitorais. A aproximação de figuras mais moderadas, como Tarcísio de Freitas, reflete um desejo de retorno à estabilidade que o liberalismo econômico poderia oferecer, mesmo que em tempos de populismo crescente.
Diante desse cenário, resta saber se o bolsonarismo conseguirá reverter essa tendência e reconquistar a confiança do mercado e dos eleitores antes das eleições presidenciais, ou se Flávio será obrigado a reformular sua abordagem e alianças para adequar-se a um panorama político em transformação.


