Cúpula em Foz do Iguaçu revela tensões e divergências entre líderes.
Os líderes do Mercosul manifestaram frustração com a UE.
Os líderes do Mercosul se reuniram em Foz do Iguaçu no dia 20 de dezembro de 2025 e expressaram sua decepção com a não assinatura do acordo comercial com a União Europeia. Apesar das expectativas criadas ao longo de 26 anos de negociações, o encontro terminou sem um consenso que pudesse sinalizar um avanço nas relações comerciais entre os blocos.
O impacto da frustração
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que preside o bloco neste semestre, havia demonstrado otimismo em relação à potencial assinatura do acordo, mas a resistência de alguns países, especialmente França e Itália, levou ao adiamento da formalização. O comunicado final da cúpula ressaltou que os termos do acordo foram cuidadosamente equilibrados e que a assinatura representaria um sinal positivo para o mundo.
Divergências sobre a Venezuela
Embora a Venezuela tenha sido um tema de destaque na cúpula, o país não foi mencionado no comunicado final. O presidente Lula criticou a presença militar dos EUA na região e alertou que uma intervenção armada poderia resultar em uma catástrofe humanitária. Por outro lado, o presidente argentino, Javier Milei, classificou o governo de Nicolás Maduro como uma “ditadura atroz” e defendeu a pressão dos EUA para libertar o povo venezuelano. Essas declarações evidenciam uma clara divisão entre os líderes do Mercosul sobre como lidar com a situação da Venezuela.
Outros tópicos abordados
Além das tensões comerciais e políticas, a cúpula também discutiu a integração dos mercados de biocombustíveis e a necessidade de convergência regulatória em fóruns internacionais. Os líderes reafirmaram seu compromisso com a integração fronteiriça e o fortalecimento das relações comerciais entre os países do bloco.
Participaram da cúpula os presidentes do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, bem como representantes da Bolívia, destacando a importância do diálogo contínuo entre os países membros. Embora a cúpula tenha terminado sem um acordo formal com a União Europeia, os líderes deixaram claro que continuarão a buscar oportunidades para fortalecer o Mercosul em meio a desafios internacionais.



