Mexilhão-dourado invade Amazônia e ameaça biodiversidade local

Ibbo39/Getty Images

Espécie asiática se estabelece rapidamente nos rios da região.

O mexilhão-dourado se torna uma ameaça à biodiversidade amazônica ao se estabelecer em rios brasileiros.

A presença do mexilhão-dourado (Limnoperna fortunei) nos rios da Amazônia representa uma séria ameaça à biodiversidade local. Originário do sudeste asiático, esse molusco chegou ao Brasil na década de 1990 e, desde então, tem se espalhado rapidamente, especialmente no Rio Tocantins, onde foi identificado pela primeira vez em agosto de 2023.

A rápida adaptação do molusco

Os cientistas têm monitorado a expansão do mexilhão nas águas amazônicas. Uma pesquisa recente, publicada na Acta Limnologica Brasiliensia, revelou que essa espécie se adaptou de maneira impressionante ao ambiente local. No Pedral do Lourenço, entre Marabá e Tucuruí, no Pará, os pesquisadores encontraram uma densidade populacional alarmante, com até 15.849 indivíduos por metro quadrado.

O estudo destaca que a estrutura populacional do mexilhão-dourado indica um assentamento recente, mas já bem-sucedido, com pelo menos duas gerações em curso. Essa capacidade reprodutiva e a eficiência na fixação são preocupantes e intensificam a necessidade de monitoramento contínuo.

Impactos ambientais e desafios de controle

Os efeitos do mexilhão-dourado no ecossistema são amplamente documentados. Ele altera a qualidade do habitat aquático ao liberar grandes volumes de pseudofezes, o que pode comprometer a vida de organismos bentônicos — essenciais para a cadeia alimentar local. A competição por recursos é um fator que pode levar à redução da biodiversidade na região.

Dada a dificuldade de erradicar a espécie em ambientes naturais, especialistas sugerem que o controle deve ser a abordagem priorizada. Métodos como a remoção física e o uso de produtos químicos são algumas das estratégias recomendadas. No entanto, o controle adequado deve ser feito com cautela para minimizar os impactos negativos.

“Apesar de não ser possível eliminar a espécie do ambiente, é viável controlar impactos em sistemas construídos com manejo adequado”, afirma um dos pesquisadores envolvidos no estudo.

A emergência de espécies invasoras como o mexilhão-dourado sublinha a importância de ações efetivas de preservação e monitoramento na Amazônia, região já ameaçada por diversos fatores, incluindo desmatamento e mudanças climáticas. O futuro da biodiversidade local depende de uma resposta rápida e eficaz a esses desafios.

Fonte: www.metropoles.com

Fonte: Ibbo39/Getty Images

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