Decisão ocorre após denúncias de vigilância em massa de civis palestinos
Microsoft encerra contratos com militares israelenses após uso de serviços para vigilância em massa de civis palestinos.
Nesta quinta-feira (25), a Microsoft anunciou a desativação de contratos com o Ministério da Defesa de Israel, após denúncias de que seus serviços na nuvem foram utilizados para vigilância em massa de civis palestinos. A decisão surgiu após uma reportagem do The Guardian, que revelou que o governo israelense usou a plataforma Azure para armazenar gravações de ligações telefônicas obtidas por escutas em Gaza e na Cisjordânia, totalizando cerca de 1 milhão de chamadas por hora.
Investigação interna e evidências encontradas
Após a denúncia, a Microsoft iniciou investigações internas para analisar documentos e comunicações, sem incluir dados privados do IMOD. A empresa encontrou evidências que corroboram a reportagem, revelando o uso da capacidade de armazenamento do Azure na Holanda para fins de vigilância. Além disso, foi identificado o uso de serviços de inteligência artificial da Microsoft por uma unidade do IMOD.
Decisão e princípios da empresa
O presidente da Microsoft, Brad Smith, destacou que a empresa não fornece tecnologia para vigilância em massa de civis, reafirmando esse princípio ao longo de mais de duas décadas. Apesar do cancelamento do contrato, uma unidade do IMOD ainda pode contar com a colaboração da Microsoft em segurança cibernética na região.
Reações e consequências
A decisão de encerrar o contrato foi celebrada pelo grupo No Azure for Apartheid, que protestava contra os acordos da Microsoft com Israel. Os dados armazenados, que totalizavam mais de 8.000 TB, foram rapidamente transferidos após a denúncia, especulando-se que tenham sido migrados para servidores da Amazon Web Services (AWS). A empresa se comprometeu a fornecer mais informações sobre o caso em breve.