O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou a possibilidade de incluir a exploração de minerais críticos e terras raras nas negociações com os Estados Unidos, em resposta às tarifas impostas pelo governo norte-americano a produtos brasileiros. A proposta visa intensificar o comércio bilateral e atrair investimentos estratégicos para o país.

Haddad destacou o potencial do Brasil na produção de minerais críticos e terras raras, recursos nos quais os Estados Unidos carecem. Ele vislumbra acordos de cooperação para impulsionar a produção de baterias mais eficientes e o desenvolvimento tecnológico.

O ministro também apontou o setor de data centers como uma área promissora para a colaboração entre os dois países, aproveitando a vasta oferta de energia brasileira para alimentar os centros de processamento e armazenamento de dados.

Haddad enfatizou a importância de diversificar as fontes de investimento no Brasil, evitando a dependência de um único bloco econômico. Ele expressou o desejo de que os Estados Unidos aumentem seus investimentos no país, complementando os investimentos já existentes da China e da União Europeia.

O interesse dos Estados Unidos em minerais estratégicos brasileiros já havia sido manifestado anteriormente. O governo americano busca acordos para a aquisição desses minerais, considerados cruciais para diversos setores.

Em contrapartida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a soberania do Brasil sobre suas riquezas naturais, incluindo o lítio e o nióbio, afirmando que o país não permitirá interferências externas na gestão de seus recursos.

As terras raras, um grupo de 17 elementos químicos, desempenham um papel fundamental na fabricação de diversos produtos, desde smartphones e televisores até equipamentos de defesa. O Brasil detém a segunda maior reserva mundial desses minerais, representando 25% do total existente.

A relevância das terras raras reside em suas propriedades únicas, que as tornam insubstituíveis em diversas aplicações. Elas são essenciais na produção de ímãs permanentes, turbinas eólicas, veículos elétricos e equipamentos de defesa, entre outros.

O valor comercial das terras raras é elevado devido à sua importância estratégica e à crescente demanda global. A disputa pelo acesso a esses minerais reflete a busca das maiores potências mundiais por garantir o fornecimento de recursos essenciais para o desenvolvimento tecnológico e econômico.