Indústria automobilística enfrenta crise global
A falta de semicondutores pode levar montadoras brasileiras a paralisar operações em até três semanas.
Nesta terça-feira (28 de outubro de 2025), o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços, Uallace Moreira, alertou que as montadoras brasileiras podem interromper suas atividades em um prazo de duas a três semanas se a crise dos semicondutores não for resolvida. A declaração foi feita após uma reunião convocada pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin, junto à Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e outras organizações do setor, que discutiram a escassez de chips no mercado global.
A atual crise dos semicondutores
A Anfavea já havia advertido sobre o risco de paralisação na produção de veículos no Brasil devido à falta de semicondutores, o que pode afetar significativamente as operações de diversas montadoras. A associação destacou que a atual crise está ligada a disputas geopolíticas, especialmente após a Holanda assumir o controle da fabricante Nexperia, uma gigante do setor, que é subsidiária de um grupo chinês. Em resposta, a China impôs restrições à exportação de componentes eletrônicos, afetando a produção em várias fábricas na Europa e colocando em risco as montadoras brasileiras.
Impactos na produção automotiva
Um veículo moderno pode utilizar entre mil e três mil chips. Sem esses componentes essenciais, as fabricantes enfrentam dificuldades para manter suas linhas de produção. A guerra global em torno dos semicondutores envolve uma competição intensa por minerais críticos, com Estados Unidos, China, Japão e várias nações europeias disputando recursos. A produção de minerais estratégicos, como terras raras, está concentrada em poucos países, com a China dominando cerca de 70% da mineração e quase 100% da produção de ímãs permanentes.
Medidas do governo brasileiro
O secretário Uallace Moreira enfatizou que o governo brasileiro está comprometido em evitar as consequências desse embate geopolítico e, portanto, não deve ser afetado pelos embargos. Alckmin está em contato com autoridades chinesas para tentar mitigar os impactos da crise no Brasil. Essa situação destaca a necessidade urgente de soluções para garantir a continuidade das operações das montadoras no país.