Presidente da Câmara dos Deputados se pronuncia após agressões a jornalistas
Após tumulto envolvendo a retirada de Glauber Braga, Motta se pronuncia e abre sindicância.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, se pronunciou nesta quinta-feira (11/12) no comitê de imprensa, após o tumulto ocorrido na terça-feira (9), envolvendo a retirada à força do deputado Glauber Braga da Mesa Diretora. Durante o incidente, a Polícia Legislativa agrediu jornalistas que cobriam o evento, gerando grande indignação no meio político e na sociedade.
Motta iniciou a coletiva reafirmando seu compromisso com a transparência. “Recebi jornalistas do Comitê de Imprensa da Câmara dos Deputados para ouvir seus relatos e esclarecer os fatos ocorridos. Informei ainda sobre a abertura de uma sindicância para investigar o que aconteceu com todo rigor necessário”, declarou. O presidente buscou assim minimizar os danos à imagem da instituição e reafirmar a importância da liberdade de imprensa.
Entendimento sobre o protocolo de segurança
Antes do tumulto, ao ordenar a expulsão de Glauber Braga, Motta determinou também a retirada de jornalistas do plenário e a suspensão dos sinais institucionais, como rádio e TV da Câmara. Essas decisões, segundo ele, foram tomadas em razão de um protocolo de segurança, embora a forma como foram executadas tenha levantado interrogações sobre a real necessidade de tais medidas.
“A situação estava sob controle até um certo ponto, mas a segurança dos presentes tem que ser a prioridade. As decisões que tomei foram difíceis, mas necessárias dadas as circunstâncias”, completou.
Repercussão e críticas
A atitude de Motta gerou não apenas reações de repúdio entre os jornalistas, mas também críticas de diferentes setores da política. A expulsão de um parlamentar no exercício de sua função e a agressão a profissionais que cobriam o episódio foram vistas como ações que comprometem a democracia e a liberdade de expressão. Diversos atores políticos vêm se manifestando nas redes sociais e em entrevistas, exigindo uma revisão das práticas de segurança adotadas na Câmara e mais respeito ao trabalho da imprensa.
Além disso, o embate entre Motta e Braga não é um caso isolado. Recentemente, conflitos internos na Câmara têm vindo à tona, refletindo tensões entre partidos e a polarização que marca o cenário político brasileiro. Para muitos, o episódio traz à luz a necessidade urgente de um diálogo mais construtivo na política nacional.
Medidas futuras
Enquanto a sindicância se inicia, permanece a expectativa sobre as ações e os desdobramentos que virão. Motta já afirmou que está aberto a ouvir sugestões para melhorar a segurança sem comprometer a atuação da imprensa. “Acredito que podemos encontrar um equilíbrio entre segurança e transparência. É para isso que estamos aqui”, finalizou o presidente.
A repercussão deste caso deverá influenciar a dinâmica da Câmara nos próximos dias, especialmente em relação à cobertura da imprensa. O compromisso com a liberdade de expressão e o respeito mútuo entre os poderes e a sociedade civil são requisitos indispensáveis para a saúde da democracia brasileira.


