MPF solicita esclarecimentos sobre uso de verba federal em operação no Rio

Fabiano Rocha / Agência O Globo

Governador Cláudio Castro deve informar sobre recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública

MPF pede que governador do Rio, Cláudio Castro, informe sobre uso de verbas do Fundo Nacional de Segurança Pública na operação que resultou em 121 mortos.

No dia 4 de novembro de 2025, o Ministério Público Federal (MPF) requisitou ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), informações sobre a utilização de verbas do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) na megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão, no dia 28 de outubro. A operação, que se tornou a mais letal da história do Brasil, resultou em 121 mortes, incluindo quatro policiais, e levantou preocupações sobre possíveis violações de direitos humanos.

Contexto da megaoperação

A operação teve como alvo o Comando Vermelho (CV) e, segundo o MPF, é crucial esclarecer se houve uso de recursos federais na ação. O procurador da República, Eduardo Benones, assinou o pedido que está inserido em um procedimento já em andamento para fiscalizar a aplicação dos recursos do FNSP pelo governo do Rio de Janeiro. Além dos policiais mortos, quatro civis e 13 agentes de segurança ficaram feridos durante a operação.

Reação do governo estadual

O governo do Rio de Janeiro enviou um ofício ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na tarde de 3 de novembro, apresentando esclarecimentos sobre a operação. No documento, Cláudio Castro destacou que 117 “opositores foram neutralizados”. Ele também teve que prestar contas a Moraes, que é responsável pela Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, que monitora as ações policiais no estado.

Implicações e próximos passos

A solicitação do MPF reflete a necessidade de maior transparência e responsabilidade no uso de recursos públicos em operações de segurança. A pressão sobre o governo do Rio de Janeiro para explicar a utilização das verbas federais pode trazer à tona questões importantes sobre a eficácia e a ética das ações policiais, especialmente em um contexto de alto número de mortes.

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