Mudança na bancada do União Brasil afeta cassação de Zambelli

Partido altera membros da CCJ antes de votação crucial contra a deputada

União Brasil altera bancada na CCJ antes da votação sobre Zambelli.

Mudança estratégica na CCJ do União Brasil

Nesta quarta-feira (10/12), o União Brasil realizou uma mudança significativa em sua bancada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados em uma manobra que visa influenciar diretamente a votação sobre a cassação do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP). O impacto dessa decisão se torna ainda mais relevante no contexto em que o parecer do relator, Diego Garcia (Republicanos-PB), que defendia a manutenção do mandato de Zambelli, foi derrubado pelo colegiado.

Composição alterada e novos desafios

O líder do União Brasil, Pedro Lucas Fernandes (MA), foi o responsável por implementar essa alteração, que teve por objetivo garantir apoio mais eficaz contra a deputada, que já enfrenta sérios problemas legais. No lugar dos deputados que deixaram a comissão, todos com alinhamento próximo ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foram introduzidos novos membros considerados mais pragmáticos. Essa mudança foi vista como um movimento estratégico do partido, pois quatro dos cinco novos integrantes já haviam se manifestado contrários ao parecer que beneficiava Zambelli.

As saídas e entradas na bancada incluíram deputados como Alfredo Gaspar (AL) e Coronel Assis (MT), que saíram, enquanto Pedro Lucas e Benes Leocádio (RN) assumiram, trazendo uma nova dinâmica para a votação. A decisão do presidente da CCJ, Hugo Motta (Republicanos-PB), de pautar não apenas a cassação de Zambelli, mas também a do deputado Glauber Braga (Psol-RJ), adicionou gravidade ao cenário político.

Os desdobramentos da votação e a posição da defesa

Na sessão, a CCJ votou contra o parecer que alegava a inexistência de provas suficientes contra Zambelli, resultando em 32 votos contrários e 27 favoráveis. Agora, um novo relatório deverá ser elaborado e apresentado para votação futura. A defesa de Zambelli, representada pelo advogado Fábio Pagnozzi, criticou abertamente a movimentação do União Brasil, sugerindo que a alteração na composição da comissão era uma estratégia para beneficiar interesses pessoais de alguns parlamentares.

“O que eu vejo é que muitos não estão votando para discutir a culpabilidade da deputada, mas pelos seus próprios interesses na cadeira dela”, afirmou o defensor, observando a natureza envolvente das trocas na CCJ.

A situação legal de Zambelli e implicações futuras

A deputada Carla Zambelli já havia sido condenada em agosto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos e oito meses de prisão, além da perda de seu mandato. Essa condenação foi baseada na sua participação em um esquema de inserção de documentos falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), conduzido pelo hacker Walter Delgatti, que atuou sob sua orientação. A natureza da condenação e a prisão de Zambelli na Itália aumentam a pressão sobre a CCJ e sobre os parlamentares envolvidos nas votações relacionadas ao seu caso.

Zambelli, que acompanhou a sessão remotamente, recebeu a presença de seu filho e advogado, que também assistiram ao desenrolar da votação. A tensão em torno de sua situação legal e a movimentação política no Congresso reforçam a importância de observar os desdobramentos futuros em relação à cassação de seu mandato.

A influência que as trocas no União Brasil poderão ter no resultado final da votação segue em aberto, mas as manobras políticas demonstram um claro esforço do partido para garantir um desfecho favorável à sua nova composição e agenda na CCJ.

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