Mudança de trajetória do objeto 3I/ATLAS após passagem pelo Sol

ATLAS através do nosso sistema solar

Astrofísico de Harvard analisa aceleração não explicada do cometa

O astrofísico Avi Loeb analisa a mudança de trajetória do 3I/ATLAS após sua passagem próxima ao Sol, levantando questões intrigantes sobre sua natureza.

O astrofísico Avi Loeb, de Harvard, fez declarações impactantes sobre o objeto interestelar 3I/ATLAS, que exibiu uma aceleração não explicada por forças gravitacionais após seu periélio em 29 de outubro de 2025, a 203 milhões de quilômetros do Sol. Essa aceleração, medida em 0,02 milímetros por segundo ao quadrado, sugere uma mudança de curso que poderia representar a ejeção de cinco bilhões de toneladas de material. Essa observação está baseada em dados do Minor Planet Center e da NASA, e eleva debates sobre a verdadeira natureza deste terceiro objeto interestelar detectado.

Loeb ainda destacou que essa aceleração não se encaixa nos modelos padrão de cometas. O 3I/ATLAS, descoberto em 1º de julho de 2025 pelo sistema ATLAS no Chile, segue uma órbita hiperbólica com excentricidade superior a 1, indicando claramente sua origem fora do Sistema Solar. Diante desse fenômeno, autoridades do Congresso dos Estados Unidos iniciaram uma análise aprofundada do caso, solicitando imagens adicionais à NASA, em meio a preocupações sobre possíveis implicações de tecnologias não humanas.

Observatórios como o James Webb Space Telescope registraram jatos de até milhões de quilômetros, o que ampliou o escrutínio científico relacionado ao 3I/ATLAS. Dados preliminares mostram que o objeto perdeu pelo menos 13% de sua massa estimada, que era superior a 33 bilhões de toneladas, durante sua aproximação solar. Essa perda, se natural, requereria uma ejeção em velocidades térmicas de centenas de metros por segundo.

Além disso, a trajetória retrógrada do 3I/ATLAS alinha-se com o plano da eclíptica em apenas 5 graus, apresentando uma probabilidade de 0,2% para um evento aleatório. Essa precisão sugere influências que vão além da gravidade planetária, conforme os cálculos realizados pelo Jet Propulsion Laboratory.

Observações do Nordic Optical Telescope nas Ilhas Canárias capturaram a transição de uma anti-cauda solar em julho e agosto para uma cauda em setembro de 2025. Essa evolução, que não apresenta uma coma proeminente, contrasta com o comportamento típico de cometas, levantando ainda mais questionamentos sobre as possíveis ejeções direcionadas. Espectros obtidos pelo James Webb indicam uma alta concentração de dióxido de carbono, além de traços de gelo d’água, monóxido de carbono e sulfeto de carbonila, sugerindo uma formação em um disco galáctico antigo, possivelmente com mais de 7 bilhões de anos.

A cor azulada observada próxima ao periélio, que é mais fria que o Sol, sugere emissões de CO+ ou fontes alternativas de luz. Curiosamente, o brilho do 3I/ATLAS aumentou cinco vezes desde outubro, sem a poeira avermelhada normalmente esperada em objetos naturais. O objeto também exibe uma razão CO2/H2O elevada, algo incomum em visitantes interestelares anteriores como 1I/ʻOumuamua e 2I/Borisov.

Dados pós-periélio do Atacama Large Millimeter Array revelam um desvio de 4 segundos de arco em ascensão reta, que não é compatível com o modelo de dois corpos. Essa aceleração ocorreu durante a conjunção solar, um período de observação limitada da Terra. Para um cometa natural, a força exigiria uma perda de massa superior a 10-20% em um mês, com ejeção a 300 metros por segundo. Entretanto, as imagens iniciais do 3I/ATLAS não mostram uma nuvem de gás correspondente, limitando as hipóteses de sublimação.

Imagens obtidas em 8 de novembro de 2025, pelo telescópio de 11 polegadas RASA, revelaram uma coma de 5 minutos de arco, com quatro a cinco jatos. As direções desses jatos variam de 0 a 316 graus de posição angular, incluindo uma contra-cauda a 109 graus. Esses jatos, alguns direcionados para o Sol, estendem-se por centenas de segundos de arco, apresentando uma estrutura complexa que implica ejeções omnidirecionais. Isso exigiria uma fração substancial da massa inicial do objeto para justificar o recoil observado.

A rede de jatos pode se originar de bolsões de gelo superficial ou sistemas de propulsão direcionada, conforme análise preliminar. O Congresso dos EUA, através da congressista Anna Paulina Luna, pressionou a NASA por dados adicionais em 4 de novembro de 2025, mesmo no contexto de uma paralisação governamental. Um encontro com especialistas está programado para esta semana, focando na análise de imagens de alta resolução do 3I/ATLAS.

O Escritório de Resolução de Anomalias de Todos os Domínios acompanha o objeto, priorizando as trajetórias interestelares. Propostas em discussão incluem o uso da sonda Juno para um flyby em março de 2026, a 53,6 milhões de quilômetros de Júpiter. Observatórios como Hubble, Swift e Mars Reconnaissance Orbiter estão contribuindo com dados, incluindo espectros de Marte a 0,19 UA.

Em dezembro de 2025, o 3I/ATLAS passará a 1,8 UA da Terra, permitindo buscas por sinais de rádio via MeerKAT na África do Sul. Detecções de linhas OH a 1,665 GHz indicam uma interação molecular com a radiação solar. Projetos como o Galileo Project, liderado por Loeb, estão em andamento para analisar emissões artificiais, mantendo o foco em evidências observáveis.

Fonte: www.mixvale.com.br

Fonte: ATLAS através do nosso sistema solar

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