Mudanças climáticas impactam a vida cotidiana no Brasil

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Como as mudanças climáticas afetam o cotidiano dos brasileiros

Mudanças climáticas já afetam o cotidiano dos brasileiros, com eventos extremos e desigualdades sociais intensificadas.

Mudanças climáticas e suas consequências no cotidiano brasileiro

As mudanças climáticas têm gerado impactos diretos na vida cotidiana dos brasileiros, como observado no caso de uma menina que, no dia de seu aniversário, viu sua casa alagar no Jardim Pantanal, em São Paulo, em 12 de março de 2025. A história, contada por sua prima Thaynah Gutierrez, ilustra como eventos extremos, intensificados pelas mudanças climáticas, afetam a vida de pessoas já vulneráveis. Esses impactos são desiguais e atingem com mais força as periferias, vitimando especialmente os mais pobres e negros.

Eventos extremos intensificados pelas mudanças climáticas

De acordo com Gutierrez, na semana anterior ao aniversário da menina, o Jardim Pantanal enfrentou dias de alagamento. Essa região, caracterizada por ser pantanosa e com baixa capacidade de abrigar moradias, vem enfrentando um aumento no volume de chuvas que as estratégias de adaptação anteriores já não conseguem mais contornar. A Conferência da ONU sobre o Clima, a COP30, busca discutir soluções para o aquecimento global e os impactos que já estão presentes no cotidiano da população, como chuvas intensas, secas e ondas de calor.

Impactos sociais e econômicos das mudanças climáticas

Além dos desastres naturais, as mudanças climáticas trazem impactos menos visíveis, como a inflação na produção de alimentos e o racionamento de água nas cidades. Um estudo da World Weather Attribution (WWA) indica que as mudanças climáticas dobraram as chances de chuvas extremas, como as que causaram 183 mortes no Rio Grande do Sul em 2024. Outro estudo aponta que 75% da seca extrema na Amazônia em 2023 foi causada por essas mudanças, demonstrando a importância de considerar as mudanças climáticas nas políticas públicas.

Racismo ambiental e as consequências para as periferias

Os problemas mais críticos em áreas periféricas incluem ondas de calor e inundações. Entre 2000 e 2018, cerca de 48 mil mortes em excesso foram registradas durante ondas de calor nas 14 principais regiões metropolitanas do Brasil, com maior impacto sobre pessoas idosas e de baixa escolaridade. Esse fenômeno é um exemplo de racismo ambiental, onde populações marginalizadas enfrentam desigualdades que agravam os desastres climáticos.

A importância da adaptação e mitigação

A plataforma AdaptaBrasil, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), reúne dados sobre os riscos relacionados às mudanças climáticas, destacando a necessidade de investimento em adaptação. A segurança alimentar é um dos principais focos, já que muitos municípios enfrentam riscos associados a esse aspecto. Em 2050, a projeção é que o número de cidades em risco elevado aumente significativamente.

Doenças e saúde pública como consequência das mudanças climáticas

Além de desastres naturais, as mudanças climáticas trazem riscos de aumento de doenças como dengue, zika e chikungunya. O aumento da temperatura favorece a reprodução dos insetos, resultando em picos de infecções. Por isso, a adaptação é tão importante quanto a mitigação, sendo crucial para a sobrevivência das comunidades vulneráveis.

Conclusão: A COP30 e o futuro das adaptações climáticas

O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, enfatizou a importância da adaptação climática em uma carta recente, afirmando que é uma questão de sobrevivência da humanidade. A Meta Global de Adaptação será um dos pontos centrais da conferência, visando estabelecer indicadores para avaliar o progresso dos países. Para Gutierrez, é fundamental que as soluções para as mudanças climáticas considerem as demandas das comunidades vulneráveis, promovendo um desenvolvimento mais justo e sustentável.

Fonte: www.metropoles.com

Fonte: Wokephoto17/ Getty Images

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