Mudanças na dieta podem potencializar tratamento de tumor cerebral

Estudo sugere que restrição de serina pode aumentar eficácia de terapias convencionais

Mudanças na dieta podem potencializar tratamento de tumor cerebral
Foto: Kateryna Kon – Science Photo Library / Getty Images

Um estudo recente indica que alterações na dieta podem tornar o glioblastoma mais vulnerável aos tratamentos tradicionais.

Um estudo recente indica que alterações na dieta podem tornar o glioblastoma, um tipo de câncer cerebral extremamente agressivo, mais vulnerável aos tratamentos tradicionais. A pesquisa foi publicada na revista Nature em 3 de setembro e sugere que a restrição de serina, um aminoácido essencial, pode afetar o crescimento tumoral.

O impacto da glicose

Os pesquisadores investigaram como os tumores de glioblastoma utilizam a glicose de maneira distinta do tecido cerebral saudável. Enquanto o córtex normal utiliza o açúcar para funções essenciais, como a produção de neurotransmissores, os tumores desviam esse recurso para fabricar nucleotídeos, fundamentais para a multiplicação celular e crescimento tumoral.

A importância da serina

Além da glicose, o glioblastoma depende fortemente de aminoácidos, especialmente a serina, que é retirada do ambiente externo. O estudo demonstrou que a dieta restrita em serina resultou em uma diminuição dos níveis desse aminoácido nos camundongos, o que reduziu o crescimento tumoral sem afetar significativamente o tecido cerebral normal. Essa abordagem aumentou a sobrevida dos animais em comparação aos que não receberam a dieta.

Resultados promissores com terapias convencionais

Quando associada a tratamentos convencionais, como quimioterapia e radioterapia, a dieta mostrou um efeito ainda mais potente, resultando em tumores menores e uma resposta terapêutica mais eficaz. No entanto, os pesquisadores alertam que os resultados ainda são iniciais e limitados a experimentos com animais.

Necessidade de mais estudos

Os autores do estudo destacam a necessidade de avançar para testes clínicos antes de considerar a aplicação em pacientes humanos. Também é crucial avaliar a segurança de dietas restritivas, pois a ausência de aminoácidos pode comprometer a saúde geral e nem todos os tumores têm a mesma dependência da serina externa. Essa nova linha de pesquisa sobre as vulnerabilidades metabólicas do glioblastoma pode oferecer novas possibilidades de tratamento no futuro.

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