Caso envolve ataques verbais a uma mulher trans em Contagem
Mulher de 49 anos é indiciada por injúria transfóbica em Contagem.
Indiciada por transfobia: caso de ofensa em academia de Minas Gerais
Uma mulher de 49 anos foi indiciada por injúria transfóbica, crime equiparado à injúria racial, pela Polícia Civil de Minas Gerais, após ofensas direcionadas a uma mulher trans de 22 anos. O incidente ocorreu em uma academia localizada no bairro Eldorado, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no dia 11 de novembro.
A vítima, frequentadora da academia há cerca de três anos, registrou o momento da agressão em vídeo. Nas gravações, a acusada interpela a jovem sobre sua presença no banheiro feminino e, em meio à discussão, pergunta se ela “tem pinto”. A agressora ainda argumenta que, se seu filho de sete anos não pode utilizar o banheiro feminino, uma “traveco” também não deveria.
Após a ocorrência, a mulher trans decidiu registrar um boletim de ocorrência, levando a Polícia Civil a instaurar uma investigação. Durante o inquérito, foram coletadas provas, incluindo imagens do ato e depoimentos de cinco testemunhas. O laudo pericial substanciou que as injúrias proferidas apresentaram caráter transfóbico, evidenciando os ataques à identidade de gênero da jovem.
A acusada compareceu à delegacia acompanhada de sua advogada, mas optou por permanecer em silêncio, exercendo seu direito constitucional. A Polícia Civil enfatizou que atitudes discriminatórias referentes à identidade de gênero são consideradas crimes de transfobia, tratando-se com a mesma severidade que crimes de racismo, conforme decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).
Com o encerramento da investigação, o caso será enviado ao Poder Judiciário, onde as providências adequadas serão tomadas. Essa situação ressalta a necessidade de combate à transfobia e de proteção dos direitos das pessoas trans, refletindo um cenário jurídico que reconhece a gravidade de tais ofensas na sociedade.
Além disso, é fundamental que casos como este sejam acompanhados de perto, a fim de garantir que a justiça seja feita e que atitudes discriminatórias não sejam toleradas em espaços públicos como academias.
O papel da justiça em casos de transfobia
A proteção das pessoas trans e a responsabilização de atos de transfobia são essenciais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. O caso em Contagem reflete questões mais amplas sobre a aceitação e respeito às identidades de gênero, e como a legislação brasileira vem se adequando a esse contexto.
Com a continuidade do processo judicial, espera-se que a sociedade se mobilize em apoio às vítimas de discriminação, criando um ambiente mais seguro para todos, independentemente de sua identidade de gênero. É imprescindível que esse tipo de incidente não se repita, e que pessoas em situações semelhantes sintam-se apoiadas e protegidas por leis e pela sociedade como um todo.
Essa é uma oportunidade para refletirmos sobre o tratamento dado às identidades de gênero na nossa sociedade e sobre como podemos agir para promover o respeito e a inclusão de todas as pessoas, independentemente de sua identidade.
Fonte: baccinoticias.com.br


