Reflexões sobre a ineficácia e a verdadeira natureza do investimento de impacto
Exploração crítica do conceito de investimento de impacto e suas limitações.
Recentemente, foi discutido que o investimento de impacto, concebido para gerar mudanças sociais, não passa de um conceito falido. O autor, Kevin Starr, levanta questões pertinentes sobre a verdadeira natureza desse investimento e suas limitações. De acordo com ele, na prática, existem apenas investimentos filantrópicos e comerciais, sem espaço real para um intermediário que combine os dois.
A realidade do investimento de impacto
A crença na eficácia do investimento de impacto se baseia na ideia de que é possível promover mudanças sociais significativas sem abrir mão de retornos financeiros. Contudo, Starr argumenta que essa visão não se sustenta. “Mudar o mundo muitas vezes exige menos do que as taxas de retorno do mercado”, afirma ele, indicando que o que se precisa é um capital que se disponha a sacrificar retornos em prol de um impacto real.
Problemas na prática
Starr aponta que os investidores em impacto enfrentam um dilema: do lado dos filantropos, a busca por retornos é vista como ganância; do lado dos investidores, as concessões necessárias para gerar mudanças reais parecem tolices. Isso resulta em uma situação onde ninguém está satisfeito, pois o investimento de impacto não atende plenamente às expectativas de nenhum dos lados.
Filantropia versus investimento comercial
Para resolver essa insatisfação generalizada, o autor propõe uma separação clara entre filantropia e investimento comercial. Filantropos podem focar em fazer o bem, enquanto investidores comerciais podem se concentrar em maximizar seus lucros. Esta abordagem simplifica o financiamento de startups em mercados difíceis, com investidores comerciais entrando apenas após a desvalorização dos riscos.
Exemplos de impacto real
Starr menciona exemplos de empresas que conseguiram alinhar lucros e impacto social. A Hello Tractor, por exemplo, conecta proprietários de tratores a pequenos agricultores na África, garantindo que ambos se beneficiem do negócio. Outro exemplo é a Pula, que fornece seguros agrícolas, ajudando agricultores a aumentar suas colheitas e rendimentos. Estes casos demonstram que, com o financiamento certo, é possível obter tanto impacto social quanto retornos financeiros.
O futuro do investimento social
Starr propõe que a solução para os desafios do investimento de impacto reside na filantropia tradicional. Ele sugere que os investidores sociais devem se voltar para modelos de investimento mais tradicionais e focar em empreendimentos que buscam genuinamente impacto social. Para isso, é essencial que aprendam como combinar doações, dívidas de baixo custo e equity generoso para criar oportunidades de crescimento sustentável.
Conclusão
Por fim, o autor afirma que o verdadeiro investimento de impacto não existe; o que realmente precisamos é de uma abordagem que reconheça a importância da filantropia e do investimento comercial como dois lados de uma mesma moeda. O que resta é uma chamada à ação: que os investidores se esforcem para criar um mundo onde o impacto social e o lucro sejam simultaneamente viáveis e sustentáveis.



