Negociações da CGU com a J&F visam novo acordo de leniência

Tratativas para acordo são admitidas pela Controladoria-Geral da União

CGU admite negociações com a J&F para um novo acordo de leniência, que se estenderam até janeiro de 2025.

A Controladoria-Geral da União (CGU) do governo Lula (PT) está em discussões com a J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista, para um novo acordo de leniência, que se estenderam até janeiro de 2025. Um acordo de leniência é uma espécie de delação premiada de uma empresa, onde ela relata irregularidades em troca de benefícios judiciais. A J&F ficou de fora da recente repactuação de acordos com empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato.

CGU confirma tratativas

Em um ofício enviado ao Ministério Público Federal, a CGU admitiu estar discutindo a possibilidade de fechar um acordo com a J&F, embora os detalhes permaneçam sob sigilo. O secretário de Integridade Privada da CGU, Marcelo Pontes Vianna, confirmou a existência de negociações em andamento, mas ressaltou que a CGU atua dentro das competências que lhe foram conferidas pela lei anticorrupção de 2013.

J&F nega negociações

A J&F, ao ser procurada, declarou que não está mais negociando um acordo de leniência com a CGU, mas não esclareceu os motivos da interrupção das tratativas. A CGU, por sua vez, informou que a divulgação de negociações só pode ocorrer após a formalização do acordo.

Contexto histórico

Desde o início do governo Lula, a J&F tem buscado se reaproximar da administração, tendo tentativas anteriores de renegociar acordos com CGUs de administrações passadas. O acordo anterior da J&F com o Ministério Público Federal, que totalizava R$ 10,3 bilhões, é considerado o maior já assinado e inclui compromissos financeiros significativos, que a empresa tenta renegociar desde 2020. A CGU, embora não interfira em acordos do MP, atua para resolver responsabilidades administrativas de empresas que buscam acordos de leniência.

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